Entre o Éden e o Leviatã: O Deus das Coisas Grandes
Gênesis 1:24–27 (NVT)
“Então Deus disse: ‘Produza a terra toda espécie de animais, rebanhos, animais selvagens e os que se arrastam pelo chão, cada um conforme sua espécie’. E assim aconteceu.
Deus criou todas as espécies de animais selvagens, rebanhos e os que se arrastam pelo chão, cada um conforme sua espécie. E Deus viu que isso era bom.
Então Deus disse: ‘Façamos o ser humano à nossa imagem, para que seja semelhante a nós. Domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, os animais selvagens e os que se arrastam pelo chão’.
Assim Deus criou os seres humanos à sua própria imagem; à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou.”
Por que o sexto dia teve duas criações distintas?
É interessante notar que o relato do sexto dia foge do padrão dos anteriores. Nos outros dias, Deus fala, cria, e o texto segue o ritmo: “E foi a tarde e a manhã, o primeiro dia... o segundo... o terceiro...” — tudo bem-organizado, quase como uma canção divina com refrão. Mas, no sexto dia, algo diferente acontece: Deus cria duas vezes — primeiro os animais da terra, depois o homem. E essa “repetição” não é descuido do narrador, é revelação com propósito.
Deus cria os animais “conforme a sua espécie” e diz que isso é bom. Até aqui, tudo segue o script: a terra agora tem movimento, som, cores e vida. Mas, de repente, o ritmo muda. O Criador parece fazer uma pausa, como quem respira fundo antes de uma obra-prima, e então diz: “Façamos o ser humano à nossa imagem.”
Pronto. A criação ganha rosto, alma e propósito. O mesmo dia traz duas criações porque há uma diferença gigantesca entre elas: os animais foram moldados para habitar a terra; o homem, para governá-la em nome de Deus.
E veja só como isso é prático: Deus criou primeiro os animais, e depois o homem, para que quando Adão abrisse os olhos, já tivesse companhia — um boi para arar, um cavalo pra montar, um cachorro pra chamar de amigo… e, quem sabe, um dinossauro pra passear no Éden (sem sela, porque ali ninguém caía).
No início, todos eram herbívoros. A paz reinava. O leão comia capim e o homem comia fruta.
Afinal, está escrito:
“Disse também Deus: ‘Eis que lhes dou todas as plantas com sementes que se encontram sobre toda a terra e todas as árvores que têm fruto com semente; elas serão o seu alimento. E dou também toda a vegetação verde como alimento para os animais selvagens, as aves do céu e os animais que rastejam pelo chão — tudo que tem fôlego de vida.’”
(Gênesis 1:29–30, NVT)
Ou seja: ninguém comia ninguém. Era um Éden vegetariano — e pacífico!
Mas, depois da queda… ah, depois da queda, a coisa mudou. A Bíblia não entra em detalhes sobre quando o cardápio ficou mais “carnudo”, mas sabemos que após o dilúvio, Deus concedeu explicitamente o uso da carne:
“Tudo que se move e vive servirá de alimento para vocês. Assim como lhes dei os vegetais, agora lhes dou também os animais.”
(Gênesis 9:3, NVT)
Podemos imaginar que o primeiro susto foi grande: o homem olhou o tigre, o tigre olhou o homem, e os dois pensaram a mesma coisa — “hoje alguém vai virar almoço!”
Desde então… os animais que se cuidem.
O sexto dia, portanto, é o clímax da criação: primeiro, a vida terrestre; depois, a vida que reflete o próprio Criador. O mesmo dia, mas com duas naturezas — uma terrena e outra espiritual. Um dia em que a terra ganhou fôlego, e o homem ganhou missão.
E os dinossauros?
Ah, os dinossauros… essa é daquelas perguntas “escancaradas” que todo mundo já ouviu: “E os dinossauros, onde entram nessa história toda?”
Ora, se Deus criou todos os animais da terra, então certamente o Tiranossauro estava no pacote — e, diga-se de passagem, devia ser um belo vizinho de jardim antes do pecado bagunçar tudo.
A teoria popular diz que os dinossauros viveram milhões de anos antes do homem. Mas, como toda teoria que tenta corrigir a Bíblia, ela se complica sozinha.
O texto de Gênesis é claro: no mesmo dia, Deus criou os animais da terra e o homem. Não há espaço para eras intermináveis — há, sim, um cenário de coexistência, não de separação.
E aqui vai um fato curioso: no leito do Rio Paluxy, no Texas (EUA), foram encontradas pegadas fósseis de dinossauros lado a lado com pegadas humanas. É claro que há quem torça o nariz e tente apagar essas marcas com explicações criativas, mas o registro está lá — um lembrete de que o homem e as criaturas andaram sob o mesmo céu recém-criado.
Quando a Bíblia fala dos “grandes monstros marinhos” (Gênesis 1:21), ela não descreve fantasia, mas história viva.
E o Salmo 104:26 registra com admiração:
“Ali estão os navios, e também o Leviatã, que formaste para brincar no mar.”
E Isaías 27:1 declara com solenidade:
“Naquele dia o Senhor castigará o Leviatã, a serpente veloz, o Leviatã, a serpente tortuosa; e matará o dragão que está no mar.”
Mas o livro de Jó traz a descrição mais impressionante desse ser colossal.
“De sua boca saem tochas, faíscas de fogo saltam dela. De suas narinas sai fumaça, como de panela fervendo sobre juncos. Seu sopro acende os carvões, e chamas saltam da sua boca.” (Jó 41:19–21, NVT)
E mais adiante, o texto conclui:
“Na terra não há nada igual a ele, criatura destemida!” (Jó 41:33, NVT)
Agora, convenhamos — isso não soa como um golfinho ou uma baleia azul. Jó descreve algo poderoso, aterrador e magnífico, que fazia tremer os corajosos e lembrava o homem de sua pequenez diante da glória do Criador.
Bem, estou entrando aqui em áreas que não posso provar — e faço isso com os pés descalços, por assim dizer. Mas pare e pense: esse negócio de criatura que solta fogo pela boca... por que será que tantas culturas ao redor do mundo carregam lendas de dragões? Japão, China, Europa — povos tão diferentes, separados por oceanos e milênios, mas todos falando de grandes serpentes ou monstros cuspindo fogo.
Será que é coincidência? Ou talvez uma memória distante, distorcida pelo tempo, de criaturas reais que um dia caminharam ou nadaram neste mesmo planeta? Pode ser que o que hoje chamamos de “mito” seja apenas o eco de algo que os antigos realmente viram — criaturas extintas, tão impressionantes que ficaram gravadas na imaginação da humanidade.
O fato é que o relato de Jó não é poesia vazia. É um testemunho que se encaixa com a própria admiração universal do homem diante do mistério da criação. Talvez o Leviatã tenha deixado mais rastros do que imaginamos — não apenas fósseis na rocha, mas lembranças gravadas na cultura dos povos.
Consideremos
O sexto dia revela a harmonia entre o poder e o propósito de Deus. O homem não é fruto da evolução dos animais, mas da voz soberana do Criador que disse: “Façamos.” Não há lacuna de eras, apenas a sequência de um Deus que tudo faz com ordem e sentido.
O mesmo dia em que a terra se encheu de vida, também viu nascer o rosto da imagem divina. A criação de ambos — animais e homem — revela um só Criador, um só tempo e um só propósito: Sua glória.
Ó Criador eterno,
Tu que moldaste os animais da terra e, no mesmo dia, sopraste vida na alma humana, ensina-nos a reconhecer Tua ordem e majestade.
Livra-nos das confusões humanas que tentam separar o que Tu fizeste unido.
Dá-nos humildade para crer na Tua Palavra, mesmo quando o mundo zomba dela.
Faz-nos ver que somos pó, mas pó tocado pela Tua imagem.
Que cada criatura — dos céus, dos mares e da terra — proclame a Tua glória,
e que nós, criados por Ti, sejamos os primeiros a Te adorar.
Em nome de Cristo, a perfeita imagem do Deus invisível,
amém.


Amém🙏🏼
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