Jesus, Nossa Ressurreição: Do Fedor da Morte à Fragrância da Vida Eterna

 

“Senhor, ele está morto há quatro dias”, disse Marta, a irmã do falecido. “O mau cheiro será terrível.” Jesus respondeu: “Eu não lhe disse que, se você cresse, veria a glória de Deus?”.  Então rolaram a pedra para o lado. Jesus olhou para o céu e disse: “Pai, eu te agradeço porque me ouviste.  Tu sempre me ouves, mas eu disse isso por causa de todas as pessoas que estão aqui, para que elas creiam que tu me enviaste”.  Então Jesus gritou: “Lázaro, venha para fora!”. E o morto saiu... Jo 11:39-44

Esta narrativa tem início com a notícia de que Jesus recebeu a informação de que Seu querido amigo estava gravemente doente. Ele então propôs aos discípulos que fossem à Judeia, e a resposta foi surpreendente: "O Senhor está louco!" Os discípulos se opuseram, lembrando que recentemente as pessoas da Judeia haviam tentado apedrejá-Lo. Ainda assim, Ele estava voltando para lá? (João 11:8).

A pergunta que surge é: por que Jesus adiou Sua viagem, resultando na morte de Lázaro? Jesus utilizou esse evento para transmitir uma lição profunda, algo que não se aplica apenas aos discípulos daquela época, mas que permanece relevante para nós hoje. Os discípulos perceberam a insistência de Jesus e disseram: "Vamos até lá para morrermos com Jesus." Como de costume, eles estavam em meio a um processo de revelação e não compreendiam totalmente a situação. Quando finalmente chegaram, a irmã de Lázaro, Marta, correu ao encontro de Jesus e exclamou: "Você demorou demais; ele já está morto e o cheiro é terrível." No entanto, Jesus respondeu:

"Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim viverá, mesmo depois de morrer. E quem vive e crê em mim nunca morrerá. Você acredita nisso, Marta?" (João 11:25-26).

A resposta de Jesus é extraordinária. Ele não prometeu simplesmente ressuscitar Lázaro; ao invés disso, declarou: "Eu sou a ressurreição e a vida." Ele não estava apenas indicando um ato futuro, mas proclamando uma realidade presente. A ressurreição não é algo que Ele fará; é intrínseco à Sua natureza divina e ao Seu poder como Deus encarnado.

Jesus escolheu expressar "Eu sou a ressurreição" para enfatizar Sua natureza divina, autoridade sobre a vida e a morte, e a promessa mais ampla de ressurreição e vida eterna para todos os que creem. Essa declaração transcende um evento isolado; ela é um lembrete de que Ele é a fonte de vida e esperança para toda a humanidade.

Quando Marta expressou preocupação com o odor da sepultura, Jesus respondeu: "Eu não lhe disse que, se você cresse, veria a glória de Deus?" (João 11:40). Ele nos lembra que a fé é a chave para desencadear milagres e manifestar a glória divina em nossas vidas.

Ao ordenar que a pedra fosse removida do túmulo e ao olhar para o céu com gratidão, Jesus demonstrou a profunda comunhão entre o Filho e o Pai. Essa comunhão nos recorda que Deus sempre nos ouve, mesmo nos momentos de desespero.

Quando Jesus clamou: "Lázaro, venha para fora!" (João 11:43), o impossível aconteceu. A morte obedeceu à voz do Criador. Lázaro, envolto em faixas e com o rosto coberto, emergiu do sepulcro. O que estava morto foi trazido de volta à vida, o que estava aprisionado foi libertado, e a glória de Deus brilhou intensamente.

Alguém disse que, se Jesus não tivesse chamado Lázaro pelo nome, todos os milhões de outros que haviam falecido também teriam ressuscitado. No entanto, Ele chamou Lázaro pelo nome para que aqueles com os olhos da fé pudessem testemunhar esse grandioso milagre e acreditar que Jesus é a nossa ressurreição.

Quando Jesus ordenou: "Desamarrem as faixas e deixem-no ir!" (João 11:44), Ele também nos convida a participar desse processo. Aqueles que estavam presentes ali poderiam desatar as faixas que envolviam Lázaro. Da mesma forma, devemos auxiliar aqueles ao nosso redor que experimentam o poder transformador de Deus em seu novo nascimento. Em vez de nos concentrarmos apenas em nossas próprias preocupações, devemos buscar oportunidades para auxiliar os outros por meio de apoio, orientação e dos ensinamentos de Cristo. Isso só é possível quando estamos unidos em comunhão, dentro de uma igreja. É nesse contexto que testemunhamos o maior milagre de todos: Deus realizando o nascimento espiritual e promovendo o crescimento maduro de Seus filhos.

Em conclusão, a narrativa emocionante da ressurreição de Lázaro, conforme retratada em João 11, transcende os limites da história e toca profundamente as fibras da fé e da esperança. Essa passagem nos leva a contemplar a grandiosidade do poder divino que desafia até mesmo a inevitabilidade da morte. A jornada de Jesus, desde a notícia da doença de Seu querido amigo até o momento em que Lázaro emerge da sepultura, não apenas ilustra Sua autoridade sobre a vida e a morte, mas também ressoa como um convite à confiança inabalável em Sua promessa de vida abundante. Assim como os discípulos e Marta testemunharam o milagre da ressurreição, somos convidados a enxergar além das aparências e a crer na presença constante do divino em nossas próprias vidas. A história de Lázaro ecoa através dos séculos como um lembrete poderoso de que mesmo nas circunstâncias mais sombrias, a luz da ressurreição pode brilhar e nos conduzir à renovação espiritual. Que possamos carregar conosco a mensagem de fé, esperança e redenção desta narrativa, encontrando consolo na certeza de que o mesmo Jesus que chamou Lázaro da sepultura é também Aquele que nos chama a viver uma vida plena e transformada sendo agentes de esperança em um mundo que tanto anseia por ela

OREMOS

Querido Deus, hoje nos encontramos diante das palavras poderosas que nos contam sobre a ressurreição de Lázaro, uma demonstração vívida do Teu poder e amor incondicional. Reconhecemos que a Tua maneira de agir muitas vezes transcende nossa compreensão e desafia nossas expectativas. Assim como os discípulos tiveram dificuldade em entender a Tua vontade naquela época, também lutamos para entender os caminhos que escolhes para nós hoje.

Pedimos que nos ajudes a confiar no Teu plano, mesmo quando não compreendemos totalmente. Que possamos encontrar conforto na certeza de que és a ressurreição e a vida, trazendo esperança mesmo nas situações mais sombrias. Que a Tua presença esteja conosco, fortalecendo a nossa fé e nos capacitando a manifestar a Tua glória em nossas próprias vidas e nas vidas daqueles ao nosso redor.

Assim como Lázaro foi chamado da morte à vida, que também possamos ser despertados para uma fé renovada e um propósito mais profundo. Ajuda-nos a reconhecer as oportunidades que Tu nos apresentas para desamarrar as faixas que nos prendem e auxiliar aqueles que precisam experimentar o Teu poder transformador.

Senhor, que possamos permanecer unidos em comunhão, encontrando força e inspiração na Tua presença dentro da igreja e da comunidade de fé. Capacita-nos a sermos testemunhas vivas do Teu amor, da Tua ressurreição e da Tua capacidade de trazer vida àquilo que parecia perdido. Em nome de Jesus, amém.