Que queres que Eu te faça neste ano de 2024 (salmo73)



Em nossa caminhada nas escrituras em 2024, continuaremos nos livros de Salmos, pois é um livro magnífico que apresenta os atributos de Deus de forma singular. Neste livro, encontramos 70% dos atributos do nosso Deus; e com certeza, será uma jornada espetacular. Hoje, no culto de adoração ao nosso Deus na igreja que frequento, o pregador fez uma abordagem magnífica do Salmo 73, e gostaria de apresentar um desafio a você: imagine que neste primeiro dia de 2024, você tivesse um encontro sobrenatural. Você se encontra diante de Jesus fisicamente, e Ele olha para você e faz esta pergunta: “Que queres que Eu te faça?” (Lucas, capítulo 18, versículo 41). Deixe-me tomar licença ao texto sagrado e acrescentar algo: Que queres que Eu te faça neste ano de 2024?

Veremos o que Asafe, o salmista, neste Salmo deseja, e iremos presenciar um contraste magnífico que irá mostrá-lo ao longo do Salmo, que às vezes o que queremos não necessariamente é a vontade de Deus.

Veja o primeiro versículo:

1. "Certamente Deus é bom para Israel, para os que têm coração puro."V1

O salmista começa de forma correta, e essa afirmação é verdadeira, pois o próprio Deus encarnado disse isso em seu sermão mais importante, o Sermão do Monte (Mateus 5:8 - Felizes os que têm coração puro, pois verão a Deus). Tremenda afirmação, mas se você notar nos próximos versículos, veremos este salmista mostrando um conflito interno gigantesco, e isso tem a capacidade de lançar luz para podermos responder a essa possível pergunta de Jesus: "Que queres que Eu te faça (neste ano de 2024)?"

Voltando a Asafe, nos versículos 2-15, ele apresenta uma imagem angustiante de uma pessoa que não tem um olhar constante no autor e consumador de nossa fé, e isso servirá de lição para nós.

Veja o que ele diz:

2. "Quanto a mim, quase tropecei; meus pés escorregaram e quase caí."V2

Ele relata ter estado à beira de abandonar o caminho da fé, quase tropeçando e escorregando. A razão para isso foi o fato de ele observar o mundo ao seu redor e a vida das pessoas ímpias, sentindo inveja de sua prosperidade. Esse sentimento o levou a agir de maneira que quase resultou em sua queda na fé. É crucial atentarmos para esse aspecto, pois, se não nos cuidarmos, também podemos nos ver propensos a tropeçar.

Além disso, ele expressa claramente que não pode negar ter sentido inveja dos orgulhosos. Houve um momento em que sua alma foi tomada por esse sentimento ao observar a prosperidade dos arrogantes. Essa honestidade sobre suas lutas internas destaca a importância de enfrentar tais desafios para manter a fé firme e evitar possíveis quedas espirituais.

2 Não posso negar, senti inveja dos orgulhosos. Houve um momento em que minha alma se encheu de inveja ao ver a prosperidade dos arrogantes

 Isso vai contra a orientação da Bíblia que nos exorta a não fazer isso: "livremo-nos de todo peso que nos torna vagarosos e do pecado que nos atrapalha, e corramos com perseverança a corrida que foi posta diante de nós. Mantenhamos o olhar firme em Jesus, o líder e aperfeiçoador de nossa fé" (Hebreus 12:1,2). Não devemos desviar o olhar de Cristo, mas Asafe faz exatamente o oposto; ele volta sua atenção para o mundo e é impactado de maneira negativa, quase escorregando em sua fé. Observemos suas ações e forma de pensar que quase leva ele a queda. 

Sentimento de inveja, ele diz no seu íntimo que não vale a pena seguir o Senhor, pois os orgulhosos e ímpios são mais prósperos.

3 Pois tive inveja dos orgulhosos quando os vi prosperar apesar de sua perversidade.

  Não têm dificuldades; seus orgulhos são vistos como virtude;  suas cobiças e más intenções são abençoadas;

6 Ostentam o orgulho como um colar de pedras preciosas e vestem-se de crueldade.

 suas palavras maliciosas são vistas como liderança;seu desprezo pela lei de Deus faz bem a eles, e o povo aplaude isso. 

10 Por isso, o povo se volta para eles e bebe todas as suas palavras.

Suas fortunas crescem, 

12 Vejam como os perversos desfrutam uma vida tranquila,enquanto suas riquezas se multiplicam. 


Eu estou enfrentando constantes desafios financeiros, buscar seguir o Senhor parece ter me prejudicado. Em vez de usufruir das facilidades que os ímpios desfrutam, encontro-me frequentemente castigado e afundado em problemas intermináveis.

Será que manter meu coração puro foi em vão? Foi sem propósito agir de modo íntegro? Ao longo de todo o dia, sou confrontado com uma sucessão de problemas; a cada manhã, sou alvo de castigos.

Foi à toa que mantive o coração puro? Foi em vão que agi de modo íntegro? 14 O dia todo só enfrento problemas; cada manhã sou castigado.


Ao analisarmos esses versículos e imaginarmos a pergunta direta a Asafe sobre seus desejos para o próximo ano, a resposta dele, fundamentada em sua observação do mundo ímpio, poderia ser formulada da seguinte maneira: "Bem, eu desejo a prosperidade dos ímpios. Eles possuem tudo aquilo que almejo para o ano de 2024. Chego a essa conclusão ao perceber que seguir e obedecer ao Senhor não parece valer a pena, pois tudo que anseio, eles já desfrutam: paz, saúde e felicidade."


Gostaria de enfatizar que não há nada de errado em aspirar alcançar metas significativas neste novo ano que se inicia. No entanto, o equívoco de Asafe reside em sua conclusão de que não há distinção entre sua situação e a do ímpio no que se refere à intervenção divina. Ele parecia considerar apenas as coisas tangíveis e materiais como essenciais, limitando seus desejos a esses aspectos.

Ao iniciar este novo ano, talvez você também esteja propenso a fazer uma observação equivocada e a chegar à conclusão de que não possui o que deseja. Pode ser tentador pensar: Não estou interessado em buscar uma vida de obediência a Deus, pois isso parece não resolver nada. Enquanto os ímpios prosperam, eu estou sendo castigado. Parece não valer a pena seguir a Deus.

No versículo 15:

15 Se eu tivesse falado como eles,teria traído teu povo.

 Asafe, ao chegar ao versículo 15, conclui que não pode compartilhar abertamente seus sentimentos, especialmente por ser o líder de louvor. Diante desse dilema, ele decide "levar isso no banho-maria" e guardar a amargura para si mesmo. Mesmo enfrentando um turbilhão interno, compromete-se a não proferir tais declarações diante das pessoas ao seu redor. Sua escolha é continuar a cumprir suas responsabilidades como ministro de música, mantendo-se ativo no templo para realizar suas obrigações.

Essa decisão de esconder sua amargura reflete o conflito interno que Asafe vivencia, levando-o a afastar-se da fé e a viver uma vida de aparência, tendo os ímpios como exemplo a ser seguido. Se o leitor se identifica com esse estado de espírito, Asafe destaca a melancolia dessa condição para um cristão.

No entanto, nos versículos subsequentes, algo acontece que irá abrir os olhos de Asafe. Este acontecimento oferece esperança e esclarecimento aos cristãos que começaram o ano cheios de dúvidas. O que ele faz nesses versículos começa a mudar a perspectiva de Asafe, revelando uma luz no fim do túnel e proporcionando esperança àqueles que enfrentam desafios semelhantes. Mas seus olhos foram abertos, iniciando no versículo 16 e 17 e ao tentar compreender o mover de Deus na perspectiva humana, deparou-se com a impossibilidade.

16 Tentei compreender por que prosperam; que tarefa difícil!  "Então, entrei em teu santuário, ó Deus, e finalmente entendi o destino deles."

Ao confrontar a dificuldade de compreender por que os ímpios prosperam, Asafe, desempenhando papéis significativos como levita, salmista, profeta e responsável pela música sacra nos dias dos reis Davi e Salomão, destaca uma postura exemplar diante de suas dúvidas. Ele toma a decisão consciente de retornar aos meios da graça e expressa: "Então, entrei em teu santuário, ó Deus, e finalmente entendi o destino deles. A atitude de Asafe oferece um exemplo valioso para todos nós quando enfrentamos dúvidas espirituais. Ele opta por ir ao templo, seguindo o exemplo do Profeta Isaías (Isaías 6) e em sintonia com o desejo expresso por Davi (Salmo 27). Muitos de nós já vivenciamos situações semelhantes, em que, ao sermos abalados e enfrentarmos uma crise, a aplicação dos meios da graça, como a leitura da Palavra, a oração e a comunhão, dissipa as nuvens em nossos corações. Ao abrirmos a Bíblia e orarmos, o peso e as inquietações desaparecem. Se você está passando por algo assim, quero reforçar a importância dessas práticas em sua jornada espiritual.



Ele vislumbrou o destino daqueles que desconhecem o Senhor, seguindo por um caminho traiçoeiro que oferece uma falsa sensação de paz. No entanto, esse caminho, na verdade, os conduz a um precipício de destruição. O versículo 18 descreve vividamente como foram colocados em um caminho escorregadio, levando-os a uma queda abrupta para a ruína. O desfecho é repentino, envolto em um pavor avassalador. Já no versículo 20, sugere-se que, quando Deus se levanta, Ele ri das ideias insensatas dessas pessoas, como quem ri de um sonho pela manhã.

18 Tu os puseste num caminho escorregadio e os fizeste cair do precipício para a destruição. 19 São destruídos de repente, completamente tomados de pavor. 20 Quando te levantares, ó Senhor, rirás das ideias tolas deles, como quem ri de um sonho pela manhã.


Ele compreendeu que a amargura o levou a tomar decisões equivocadas, e aí reside um perigo, pois sabemos que a Palavra de Deus está repleta de ensinamentos sobre o cuidado contra a amargura, e, pelo contrário, devemos buscar ser agradecidos. A amargura pode nos levar a agir de maneira tola e ignorante, fazendo comparações com as pessoas ao nosso redor e agindo de forma irracional, algo semelhante ao comportamento dos animais.

21 Percebi, então, que meu coração se amargurou e que eu estava despedaçado por dentro. 22 Fui tolo e ignorante; aos teus olhos, devo ter parecido um animal irracional.


Em resposta à pergunta "O que queres que eu te faça em 2024?", recordemos que somos do Senhor, pertencemos ao Senhor e devemos desejar, acima de tudo, ser guiados em 2024 segurando a mão de nosso Deus:

23 E, no entanto, ainda pertenço a Ti; Tu seguras minha mão direita.

Orientados por Seus conselhos e conduzidos ao destino eterno.

 24 Tu me guias com Teu conselho e me conduzes a um destino glorioso.

 Assim, podemos afirmar em resposta a esta pergunta: "O que eu quero que o Senhor me faça? O que mais desejo é o Senhor; nada mais almejo além de Ti.

25 Quem mais eu tenho no céu senão a Ti? Eu Te desejo mais que qualquer coisa na terra.


 Não busco riqueza, saúde, prestígio ou poder. O que eu quero é o Senhor, pois Ele me conduzirá ao destino glorioso. Minha saúde pode fraquejar, mas se o Senhor for a força do meu coração:

26 Minha saúde pode acabar e meu espírito fraquejar, mas Deus continua sendo a força do meu coração; Ele é minha possessão para sempre. 27 Os que Te abandonam perecerão, pois destróis os que de Ti se afastam.


Em relação a mim, desejo estar próximo do Senhor e fazer do Soberano o meu refúgio; assim, neste ano de 2024, proclamarei Tuas maravilhas.

28 Quanto a mim, como é bom estar perto de Deus! Fiz do SENHOR Soberano meu refúgio e anunciarei a todos Tuas maravilhas.


Oremos

Ó Deus, Pai celestial, que em Tua sabedoria infinita nos deixaste o livro dos Salmos como um tesouro de riquezas espirituais, agradecemos pela oportunidade de explorar suas páginas magníficas. Conceda-nos discernimento para compreender os atributos singulares revelados em cada verso e guie-nos na aplicação prática dessas verdades em nossas vidas.

Ao refletirmos sobre a mensagem poderosa do Salmo 73, reconhecemos, humildemente, a dualidade emocional e espiritual que Asafe experimentou. Que esta narrativa sirva como lição para nós, um lembrete de que, em nossas caminhadas de fé, manter o olhar constante no autor e consumador de nossa fé é essencial. Fortalece-nos, Senhor, para não tropeçarmos nas armadilhas da inveja e da amargura, mantendo-nos firmes na confiança em Ti.

Ao nos aproximarmos do novo ano de 2024, inspira-nos a responder à pergunta de Jesus com corações abertos, buscando Sua vontade divina em todos os aspectos de nossas vidas. Que a nossa súplica seja por orientação, segurando firme a Tua mão, e sendo conduzidos por Teus conselhos para o destino eterno que preparaste para nós.

Assim como Asafe buscou compreender o propósito divino e teve seus olhos abertos na Casa do Senhor, concede-nos sabedoria para discernir Tua vontade em meio às complexidades da vida. Que possamos enxergar, com clareza espiritual, as consequências daqueles que seguem caminhos enganosos e falsas sensações de paz, afastando-se de ti.

Ao considerarmos a tentação da amargura e da inveja, pedimos, ó Deus, que guardes nossos corações, evitando escolhas tolas e mantendo-nos longe da ignorância espiritual. Que a nossa maior aspiração seja a proximidade contínua contigo, proclamando tuas maravilhas em cada passo da nossa jornada.

Conceda-nos, Senhor, ancorar-nos na Tua força ao enfrentarmos os desafios deste ano vindouro, sendo testemunhas atentas e participantes da Tua obra gloriosa em nossas vidas. Que aprendamos com Asafe a não permitir que a inveja distorça nossa visão da verdade e confiemos plenamente na Tua fidelidade e bondade.

Que este ano seja marcado não apenas pela superação de desafios, mas também pela renovação da nossa confiança no caminho traçado por Ti, Senhor. Pedimos estas bênçãos em humildade e gratidão, confiantes na Tua graça abundante. Amém.

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