Você Crê no Poder da Oração? Salmo 107
Se você está lendo este artigo, é provável que sua resposta seja afirmativa quando questionado sobre se crê no poder da oração. No entanto, é importante considerar algumas perguntas adicionais para avaliar se essa crença se reflete verdadeiramente as ações e práticas diárias. Muitas vezes, proferimos essas palavras de fé, mas será que vivemos de acordo com elas?
O Salmo mencionado é um convite à oração. Em seus versículos 6, 13, 19 e 28, encontramos referências que destacam a importância da pratica da oração.
É fácil dizer que acreditamos no poder da oração quando estamos em momentos de conforto e segurança. Mas e quando enfrentamos desafios e adversidades? Nossas atitudes revelam a mesma confiança na eficácia da oração?
O salmista 4 vezes diz
“Em sua aflição, clamaram ao Senhor,
e ele os livrou de seus sofrimentos.”
Diferença entre orar e clamar
Orar e clamar a Deus são expressões relacionadas à comunicação, cada uma com suas nuances distintas. Orar é engajar-se em uma conversa íntima e profunda com Deus. Por outro lado, clamar representa uma súplica urgente, uma petição desesperada por ajuda ou socorro divino, feita com veemência e angústia no coração, um grito que emerge do âmago do nosso ser.
Vamos à nossa primeira pergunta. Peço que você seja sincero, reflita e responda: quais foram as suas últimas orações que Deus respondeu, seja esta semana, este mês ou este ano? Você lembra? Como você lida com esse ensino de Jesus?
"Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos." - João 15:7,8
"Pedi o que quiserdes e vos será feito?" - Você já parou para pensar na implicação desta afirmação de Jesus? Você crê que é possível ter uma vida devocional assim? Espero que você não se sinta ofendido, mas se teve dificuldade em responder sobre as suas últimas orações respondidas, talvez não creia plenamente no poder da oração. Já que este tópico é muito importante e todos precisamos crescer neste quesito. Ao término deste estudo, gostaria de propor um desafio para que possamos crescer juntos nesta disciplina.
Antes, vejamos em nosso Salmo 107 as razões que levavam o povo a clamar:
Versículos 1-6
Exílio e Dispersão: O povo estava disperso em muitas terras, perdendo sua identidade e senso de pertencimento. Esse estado de dispersão causava uma profunda sensação de perda e isolamento, levando-os a clamar por restauração e reunificação.
Vagar pelo Deserto: O deserto é um lugar árido e desolado, onde a sede e a fome são constantes companheiras. O povo, ao vagar pelo deserto, experimentava não apenas as dificuldades físicas, mas também uma sensação de desamparo e desorientação, o que os levava a clamar por orientação e provisão divina.
Fome e Sede Extrema: A fome e a sede extrema eram realidades vividas pelo povo, que se encontrava em situações de escassez e privação. Essas necessidades básicas não atendidas os levavam a clamar a Deus por socorro e sustento, reconhecendo Sua soberania sobre as circunstâncias.
Versículos 7-13
Estar assentado em trevas e sombra de morte: A imagem das trevas e da sombra da morte sugere um estado de desespero e desamparo extremos, onde a luz e a vida parecem distantes. Nessa condição, o clamor por livramento e esperança se fazia urgente.
Estar preso em aflição e em ferros e algemas: A prisão, seja física, emocional ou espiritual, representa uma limitação severa à liberdade e ao bem-estar. O clamor por libertação e alívio era inevitável diante dessa condição de aprisionamento.
Rebelião contra as palavras de Deus e desprezo pelo conselho do Altíssimo: A rebeldia e o desprezo pela orientação divina traziam consequências dolorosas e tumultuosas à vida do povo. O reconhecimento do erro e o clamor por perdão e direção eram expressões naturais diante desse estado de afastamento de Deus.
Abatimento do coração com trabalhos e tropeços sem ninguém para ajudar: O cansaço físico, emocional e espiritual, juntamente com a ausência de apoio e auxílio, levava o povo a um estado de desânimo e desespero, aumentando assim a necessidade de um clamor por força e companhia divina.
Versículos 14-19
Escuridão e trevas profundas: A escuridão e as trevas simbolizam a ausência de luz, entendimento e orientação. Nesse estado de confusão e desespero, o povo clamava por revelação e livramento das trevas que os envolviam.
Algemas que prendiam e rebelião e sofrimento por causa dos pecados: As algemas representam tanto prisões físicas como espirituais, que prendiam o povo em um ciclo de rebelião e sofrimento devido aos seus pecados. O clamor por perdão e libertação era a resposta natural diante dessa condição.
Incapacidade de comer, à beira da morte: A incapacidade de se alimentar e a proximidade da morte eram situações extremas que levavam o povo a clamar por provisão e vida, reconhecendo a dependência absoluta de Deus em meio à escassez e ao perigo iminente.
Versículos 20-27
Perigo durante viagens marítimas, enfrentando tempestades e perdas de direção: As viagens marítimas representam jornadas perigosas e incertas, especialmente quando confrontadas com tempestades e perdas de direção. Nesses momentos de vulnerabilidade e desespero, o clamor por segurança e orientação divina se tornava essencial.
Navios sendo lançados aos céus e descendo às profundezas, causando terror aos navegantes: A imagem dos navios lançados aos céus e descendo às profundezas retrata o caos e o terror enfrentados pelos navegantes em meio às tempestades e às águas turbulentas. O clamor por calmaria e salvação reflete a necessidade urgente de intervenção divina em meio ao perigo iminente.
Cambaleio e confusão dos navegadores, sem saber o que fazer diante das adversidades: O cambaleio e a confusão dos navegadores representam a falta de controle e direção diante das adversidades e dos elementos incontroláveis da natureza. O clamor por orientação e firmeza reflete a busca por estabilidade e segurança em meio ao caos e à incerteza.
Certamente, muitos de nós nunca passamos por tamanhas opressões como o salmista descreve, mas posso afirmar que aquelas que o Senhor declara para nós, nas quais tive oportunidade de passar, vi resposta de Deus de forma miraculosa. Por que o Senhor responde os nossos clamores desta forma? A resposta que tenho é que se Ele não agisse assim, eu pereceria. Cada parte deste momento de aflição, o próprio Espírito intercede por nós, pois nem sabemos como orar ou temos força.
Então, voltemos à nossa pergunta inicial: você crê no poder da oração, e suas orações têm sido respondidas? Para tentar entender à luz das Escrituras, tudo o que Deus nos ensina sobre oração e por que as nossas orações não são respondidas daria um livro, mas quero me deter hoje apenas em uma razão:
Não dedicamos o tempo como deveríamos à oração
E quero encorajar-nos mutuamente a crescermos neste ponto. Falo aqui daquela oração que Jesus ensina em Mateus 6:6. Você ir ao seu quarto, buscar fechar a porta, separar um tempo (lugar e tempo) e passar um tempo a sós com seu Deus. Veja, não é aquela oração dentro do carro ou dentro do banheiro. Falando em banheiro, gostaria de dizer a você que não podemos esquecer que devemos ter reverência, pois ao orarmos estamos falando com um Deus santo. Confesso a você que antes eu tinha uma Bíblia no banheiro e um livro de "minutos com Deus". Então, não façamos isso. Mas devemos sim buscar desesperadamente (clamar) desenvolver esta disciplina. É evidente que tem que ser um tempo de qualidade e diário. Você tem tido esse tempo? Quantos anos você segue a Cristo? Quantas vezes este desejo já passou em sua mente? Por que não começar agora? E neste momento é crucial você ter algum tipo de anotações para criar um jornal, pois creio que você deve ser parecido comigo e esquecer das bênçãos é fácil; este jornal vai te encorajar em sua caminhada. Então, crer no poder da oração envolve ação que demonstre isso. E finalmente, o que Jesus ensina: "Então, seu Pai, que observa em segredo, os recompensará."
Oremos
Senhor Todo-Poderoso, Deus da misericórdia e da graça,
Olhamos para Ti, Senhor, em nossas aflições e angústias,
Como o povo no deserto vagueava em busca de provisão,
Como navegantes enfrentam tempestades no vasto mar.
Olhamos para Ti, ó Deus, em nossa dispersão e exílio,
Quando nos sentimos perdidos, sem rumo e desamparados,
Clamamos por Tua orientação e Tua mão que nos guia,
Pois Tu és o nosso refúgio e fortaleza em meio à adversidade.
Que possamos, como ensinou o nosso Senhor Jesus Cristo,
Ir ao nosso quarto em silêncio, fechar a porta em secreto,
Ali, diante de Ti, derramar nossos corações em oração,
Confiando em Tua fidelidade para nos ouvir e responder.
Que nossas preces sejam como incenso agradável aos Teus ouvidos,
Que nossos clamores sejam recebidos com amor e compaixão,
Que nossas súplicas encontrem resposta em Tua infinita sabedoria,
E que nossa comunhão contigo seja fortalecida em cada momento de oração.
Assim como o povo no deserto encontrou provisão em Tuas mãos,
Assim como os navegantes encontraram segurança em meio às tempestades,
Que possamos encontrar em Ti a paz que excede todo entendimento,
E a certeza de que, em Tua presença, encontramos plenitude e refrigério.
Que em nossos quartos secretos, em nossos momentos de solitude,
Encontremos a doce comunhão contigo, ó Deus,
E que em cada murmúrio, em cada suspiro, em cada clamor,
Experimentemos a Tua presença viva e o Teu amor que nos sustenta.
Em nome de Jesus, nosso Senhor e Salvador, oramos.
Amém.
Amém
ReplyDeleteAmém glória Deus🙏🏼🙏🏼
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