A Ira de Deus: Um Amor Ardente pela Justiça
No estudo anterior sobre a justiça de Deus, observamos que é uma consequência desse atributo de Deus é a sua ira, que não deve ser entendida como negativa, mas sim como uma expressão da sua justiça. Deus, como ser supremo e transcendente, é o criador do universo e de todas as coisas. Ele é descrito com diversos atributos, sendo um deles a ira. A ira de Deus não surge arbitrariamente, mas como uma resposta ao pecado e à injustiça no mundo. É uma reação à rebelião e à maldade humanas. Portanto, a ira de Deus está intimamente relacionada à sua justiça, pois Ele não tolera o mal, mas busca restaurar a ordem e a retidão. Sua ira é um reflexo do seu amor pela verdade e pela justiça.
Voltando aos antigos caminhos...
Você já ouviu falar do sermão "Pecadores nas Mãos de um Deus Irado"? É um dos sermões mais famosos do pastor e teólogo Jonathan Edwards. Ele pregou este sermão em 8 de julho de 1741, em Enfield, Connecticut, onde proclamou a ira de Deus contra o pecado e exortou os ouvintes a viverem uma vida santa. Durante a pregação, muitos ouvintes choraram, desfaleceram e foram tomados por êxtases. A mensagem sobre a ira divina tocou profundamente suas almas. O resultado disso foi um dos maiores avivamentos que o solo americano conheceu.
Nas pregações passadas, era comum uma ênfase nos púlpitos sobre a maldade do homem. O homem era descrito como depravado, vulgar e corrupto, e por isso estava sob condenação. Deus, sendo justo, se encoleriza com o pecado.
No entanto, a igreja moderna começou a considerar essa mensagem como rude e truculenta. Suas ênfases começaram a suavizar a condição do homem, argumentando que ele não é tão ruim, e que Deus não fica tão bravo assim. Diziam que Deus é bom, Deus é amor, e que o homem não é tão depravado quanto se pensava. Alguns teólogos extremistas até chegaram a dizer que o Deus do Antigo Testamento tinha momentos bizarros, executando juízos com truculência.
Assim, a mensagem da santidade de Deus foi deixando os púlpitos, e Deus passou a ser retratado como alguém que ama o pecador, que tolera os pecados. O homem, antes visto como depravado e perverso, foi elevado a um nível um pouco mais alto. No entanto, isso não condiz com o que a Bíblia diz.
Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça.
Se você quer ver a prova disso, leia com calma e veja o que é dito em Salmo 7:11-13:
"Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias. Se o homem não se converter, Deus afiará a sua espada; já tem armado o seu arco e está aparelhado; e já para ele preparou armas mortais; e porá em ação as suas setas inflamadas contra os perseguidores."
Aqui, não se trata apenas de uma emoção ou sentimento de Deus. A ira de Deus não é simplesmente Ele ficar bravo porque alguém pisou no seu pé. A ira é a reação que Deus tem contra o pecado por causa da sua natureza: a santidade e a justiça. Quando essas características de Deus se deparam com a iniquidade, elas demandam punição.
Deus é um Deus irado todos os dias porque todos os dias Ele contempla as fontes de iniquidade sendo perpetuadas.
Você já ouviu a expressão "Deus ama o pecador, mas abomina o pecado"?
Esta afirmação é frequentemente citada e devemos perguntar tem ela sua base nas escrituras? Veja o que diz; Provérbios 8:17 declara: "Eu amo aqueles que me amam, e os que me buscam cedo me encontrarão".
Então, quem Deus ama? A resposta é clara: aqueles que O amam. Deus não busca afeição, amizade ou caridade do homem. Esses conceitos não se alinham com o que Deus realmente procura. Sua graça e misericórdia são oferecidas para redimir o pecador, mas isso não significa que Ele tolere a transgressão. O amor de Deus é profundo e incondicional, mas Ele também é justo e exige que reconheçamos e abandonemos o pecado em nossas vidas.
Lembra deste texto amplamente conhecido por todos nós?
"E sabemos que Deus faz todas as coisas cooperarem para o bem daqueles que o amam e que são chamados de acordo com seu propósito." (Romanos 8:28). Observem que é dito "daqueles que o amam".
Recordo-me bem de quando estava ensinando na classe dominical e quase apanhei quando apresentei essa afirmação.
Outro texto importante é 1 Coríntios 16:22, que diz: "Se alguém não ama o Senhor Jesus Cristo, seja anátema; Maranata!".
Você sabe o que significa "anátema"? Condenado ao fogo do inferno! É pesado, não é mesmo?
Portanto, podemos afirmar que aqueles que estão em Cristo (que O amam). Não estão debaixo da ira de Deus, e como podemos saber se o amamos? "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele" (João 14:21).
Como vemos aqueles que amam O Senhor o obedecem estes não estão debaixo da ira de Deus, mas aqueles que não O amam, não O conhecem e buscam de todas as formas esconder a verdade estão debaixo da ira de Deus. Como está escrito: "Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça" (Romanos 1:18).
Conclusão:
A ira de Deus não é algo a ser temido, mas sim compreendido e respeitado. É um atributo essencial de Deus que demonstra seu amor pela justiça e seu compromisso com a santidade. Ao reconhecermos a ira de Deus, somos impelidos a buscar a redenção em Jesus Cristo e a viver uma vida de acordo com seus padrões divinos.
Tema para reflexão:
- Como a compreensão da ira de Deus impacta sua visão de Deus?
- De que forma a ira de Deus o motiva a buscar o arrependimento e a conversão?
- Como você pode viver uma vida que reflita o amor e a justiça de Deus?
Oremos
Ó Senhor, Deus Todo-Poderoso, que em vossa soberania e santidade governais sobre todas as coisas, nós nos humilhamos diante de vós neste momento. Reconhecemos, ó Deus, que a vossa ira é justa e santa, um reflexo da vossa natureza santa e imutável. Que, em vossa sabedoria infinita, permitis que ela se manifeste contra toda impiedade e injustiça neste mundo caído.
Senhor, ao contemplarmos a vossa ira, somos lembrados da nossa própria depravação e pecaminosidade. Reconhecemos que, longe de sermos dignos de vossa graça e misericórdia, somos merecedores do vosso justo juízo. Que este pensamento nos leve ao arrependimento genuíno e à busca da vossa face.
Que possamos entender, ó Senhor, que o vosso amor é completo e incondicional, mas também justo e verdadeiro. Que não podemos separar a vossa ira do vosso amor, pois ambos são expressões do vosso caráter perfeito. Que possamos nos submeter humildemente à vossa vontade e viver em conformidade com os vossos mandamentos.
Ó Deus, que a vossa Palavra seja uma lâmpada para os nossos pés e uma luz para o nosso caminho. Que possamos meditar nela dia e noite, para que possamos conhecer a vossa vontade e viver de acordo com ela. Que a vossa verdade seja gravada em nossos corações, para que possamos ser livres do poder do pecado e da morte.
Senhor, que a compreensão da vossa ira nos leve a uma reverência mais profunda por vós e um amor mais fervoroso por vossos mandamentos. Que possamos viver cada dia em temor e tremor diante da vossa majestade e santidade. Que possamos ser instrumentos da vossa justiça neste mundo caído, proclamando a vossa verdade e vivendo vidas dignas do vosso chamado.
Em vós confiamos, ó Senhor, para que todas as coisas cooperem para o nosso bem, conforme a vossa promessa. Que possamos confiar em vós em todos os momentos, sabendo que estais no controle de todas as coisas. Que a vossa paz, que excede todo entendimento, guarde os nossos corações e mentes em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Tudo isso pedimos em nome do vosso amado Filho, Jesus Cristo, que vive e reina convosco na unidade do Espírito Santo, um só Deus, agora e para sempre. Amém.
Amém🙏🏼
ReplyDeleteJonathan Edwards, um influente teólogo e pregador do século XVIII, definiu a ira de Deus como a justa indignação e desagrado divinos em relação ao pecado humano. Ele acreditava que Deus, como ser perfeito e santo, não pode tolerar o pecado e, portanto, reage com ira diante dele. Edwards enfatizou que a ira de Deus não é um capricho divino, mas sim uma expressão necessária da sua justiça e santidade. Ele argumentou que a ira de Deus é uma manifestação do seu amor pela justiça e pela ordem moral, e que ela serve para punir o pecado e restaurar a ordem correta no universo. Edwards enfatizou a importância de reconhecer a ira de Deus como parte da sua natureza, ao mesmo tempo em que destacava a oportunidade de salvação oferecida por Deus através de Cristo para escapar dessa ira.
ReplyDeleteMuito bem lembrado, suas pregações sobre a ira de Deus foram um instrumento que Deus usou para acender o fogo do avivamento.
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