A Discrição na Prática da Justiça: Um Chamado à Autenticidade no Reino de Deus
No capítulo 6 do Evangelho de Mateus, Jesus adverte seus seguidores a respeito da forma como devem praticar suas boas ações: “Tenham cuidado! Não pratiquem suas boas ações em público, para serem admirados por outros, pois não receberão a recompensa de seu Pai, que está no céu” Mateus 6:1. Este ensinamento ressoa com a ideia central do capítulo 5, onde Jesus define os parâmetros da vida no Reino de Deus, destacando que aqueles que pertencem a este reino são bem-aventurados, sal e luz para o mundo, e possuem uma justiça que excede à dos escribas e fariseus.
A Justiça do Reino de Deus
Jesus enfatiza que a justiça dos seus seguidores deve exceder a dos escribas e fariseus (Mateus 5:20). Os escribas e fariseus eram conhecidos por sua observância meticulosa da Lei, mas frequentemente faziam isso para obter reconhecimento e elogios dos homens. Em contraste, a justiça no Reino de Deus é caracterizada por uma autenticidade que busca agradar a Deus acima de tudo, não se preocupando com a aprovação humana.
O Pai que Vê em Segredo
Quando Jesus ensina sobre as boas ações no capítulo 6, Ele alerta contra a prática pública com a intenção de ser admirado: “Quando ajudarem alguém necessitado, não façam como os hipócritas que tocam trombetas nas sinagogas e nas ruas para serem elogiados pelos outros. Eu lhes digo a verdade: eles não receberão outra recompensa além dessa” Mateus 6:2.
A palavra “hipócritas” aqui remete à ideia de atores que desempenham um papel apenas para serem vistos e aplaudidos.
Em contraste, Jesus ensina que a verdadeira justiça do Reino deve ser exercida em segredo: “Mas, quando ajudarem alguém necessitado, não deixem que a mão esquerda saiba o que a direita está fazendo. Deem sua ajuda em segredo, e seu Pai, que observa em segredo, os recompensará” Mateus 6:3-4. A ênfase está no fato de que Deus, o Pai que vê em segredo, recompensará aqueles que agem com uma motivação pura e sincera.
A Relação com o Capítulo 5
A advertência de Jesus no capítulo 6 reforça o chamado à autenticidade que permeia o capítulo 5. Ser sal e luz implica em viver de maneira que a glória de Deus seja manifestada, não buscando a glória própria. As bem-aventuranças descrevem atitudes internas que resultam em ações externas, e essas ações devem ser realizadas com a motivação correta – para glorificar a Deus e não para obter reconhecimento humano.
Assim, a justiça que excede a dos escribas e fariseus é aquela que brota de um coração transformado pelo Reino de Deus, que busca agradar a Deus em segredo. É uma justiça que se expressa em atos de bondade e misericórdia realizados discretamente, confiando que o Pai celestial, que vê em segredo, recompensará abertamente.
Conclusão
O ensinamento de Jesus em Mateus 6:1-4 nos desafia a examinar nossas motivações ao realizar boas ações. Em um mundo exacerbado pelas mídias sociais, onde as pessoas frequentemente buscam afirmar sua imagem através da postagem de tudo o que fazem, cria-se uma cultura da exaltação do "eu" que o apóstolo Paulo previu ao descrever os últimos tempos: pessoas amantes de si mesmas. Muitas vezes, essas pessoas veem o mundo e pensam que o valor é medido pelo reconhecimento público.
Embora seja verdade que, em termos de marketing, a imagem se torna crucial para o sucesso de produtos ou da própria imagem, não devemos esquecer que somos chamados a praticar uma justiça que busca agradar a Deus, nosso Pai que vê em segredo. O único alvo de nossa vida deve ser agradar ao nosso Pai celestial.
Portanto, este chamado à discrição e autenticidade é um aspecto essencial da vida no Reino de Deus. Nossa justiça deve exceder à daqueles que buscam a aprovação dos homens, refletindo, assim, a verdadeira luz e sal para o mundo.
Oremos
Ó Pai Celestial,
Humildemente nos achegamos à Tua presença, reconhecendo Tua soberania e santidade. Tu que vês em segredo, sonda nossos corações e revela as motivações ocultas dentro de nós.
Senhor, conforme lemos no capítulo 6 do Evangelho de Mateus, Jesus adverte-nos a respeito da forma como devemos praticar nossas boas ações. Ele nos chama a evitar a busca pela admiração dos homens, ensinando-nos a realizar nossos atos de bondade em segredo, para que possamos receber a recompensa de nosso Pai que está no céu. Que possamos compreender profundamente essa verdade e aplicá-la em nossas vidas diárias.
Pai amado, ajuda-nos a viver conforme os parâmetros do Teu Reino, conforme descrito por Jesus no capítulo 5 de Mateus. Que possamos ser bem-aventurados, verdadeiramente sal e luz para o mundo, exibindo uma justiça que excede à dos escribas e fariseus. Não permitas que sejamos como aqueles que buscam reconhecimento e elogios dos homens, mas que sejamos movidos por uma autenticidade que deseja agradar-Te acima de tudo.
Ó Deus, livra-nos da tentação de agir como os hipócritas, que tocam trombetas para serem vistos pelos outros. Que possamos, em vez disso, praticar a verdadeira justiça do Reino em segredo, confiando que Tu, que vês em segredo, nos recompensarás. Ensina-nos a ajudar o necessitado com pureza de coração, sem buscar glória própria, mas apenas para glorificar o Teu nome.
Em um mundo saturado pelas mídias sociais, onde a cultura da exaltação do "eu" prevalece, dá-nos discernimento para não sermos amantes de nós mesmos, conforme previu o apóstolo Paulo. Que não busquemos nosso valor no reconhecimento público, mas na Tua aprovação, ó Pai celestial. Ajuda-nos a lembrar que o único alvo de nossa vida deve ser agradar a Ti.
Senhor, capacita-nos a refletir a verdadeira luz e sal para o mundo, vivendo de maneira discreta e autêntica, com uma justiça que brota de um coração transformado pelo Teu Reino. Que nossas ações de bondade e misericórdia sejam realizadas discretamente, confiando na Tua recompensa celestial.
Dá-nos graça para viver segundo este chamado à discrição e autenticidade, um aspecto essencial da vida no Teu Reino. Que possamos, em todas as coisas, buscar agradar a Ti e refletir a glória do Teu nome.
Em nome de Jesus, nosso Salvador e Senhor, oramos.
Amém.
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