A Importância da Lei de Deus e a Graça: Corrigindo Conceitos e Vivendo em Obediência




No Sermão do Monte, Jesus nos ensina sobre o código de ética e a moral do Reino de Deus, características dos cidadãos do seu reino. Após estabelecer isso nas bem-aventuranças e reiterar a identidade deles como "sal e luz", ele traz à tona um assunto sobre a Lei. Bem, se você é um amante dos ensinos das Escrituras, deve se perguntar: por que Jesus ensina sobre isso agora? Qual é o seu propósito? Qual é, então, a importância da Lei de Deus ao crente que vive no período da graça?

Vamos tentar responder juntos a estas perguntas. Hoje, iremos focar na primeira parte somente, pois este é um assunto demasiado importante que teve a atenção de Jesus em seu sermão. Assim, iremos ficar alguns dias neste texto. Certamente, nosso Senhor sabia que teríamos grandes dificuldades com este assunto: a Lei e a obediência esperada do crente.

Sim, você ouviu corretamente: a Lei de Deus exige obediência do crente. Isso confronta diretamente a grande má interpretação de nossos dias, onde muitas pessoas têm um conceito errado sobre a importância da Lei para nós, especialmente em relação aos estudos abordados até agora: as bem-aventuranças e nossa identidade como sal e luz.

Neste ponto em Mt 5:17-20

  • Jesus enfatiza a importância da Lei de Moisés e dos Profetas.
  • Quem desobedece até o menor mandamento e ensina outros a fazer o mesmo será considerado o menor no Reino dos Céus (Mt 5:19).
  • Ele destaca a necessidade de obediência pessoal e a responsabilidade de ensinar a Lei corretamente.
  • No versículo 20, Jesus surpreende seus ouvintes ao dizer: "A menos que sua justiça supere a dos mestres da lei e dos fariseus, vocês jamais entrarão no Reino dos Céus."
  • Com base na minha experiência de vida nos últimos 35 anos caminhando com o Senhor, tenho encontrado centenas de pessoas que se identificam como seguidores de Cristo. Todos esses crentes que tentam praticar um cristianismo sem essa visão correta (o propósito da Lei) acabam vivendo uma vida bastante liberal. Se eles não disserem, você nem sabe se são crentes, pois seu viver não os diferencia.

    Se tal crente estivesse lendo nosso blog, provavelmente já teria abandonado o estudo há tempos. Eles acreditam e ensinam (muitos são pastores) que tal abordagem é radical e que viver na graça não exige tal vida. Um dia professaram fé em Cristo, mas hoje buscam viver alegando uma liberdade cristã que, na verdade, mostra uma falta de compromisso com as Escrituras e com a igreja viva do nosso Senhor. Contudo, este é um tema essencial para os crentes verdadeiramente comprometidos. Frequentemente, aqueles que evitam confrontar seus pecados criticam os que buscam viver de forma íntegra, chamando-os de legalistas ou fariseus.

    Desvios Liberais Comuns:

    • Interpretação Errônea da Graça: Alguns veem a graça como uma licença para pecar, ignorando a necessidade de viver de acordo com os padrões morais estabelecidos pela Lei de Deus.
    • Desconsideração da Lei: Acreditam que a Lei de Moisés não se aplica mais aos crentes, o que contraria o ensino de Jesus de que Ele veio cumprir a Lei, não aboli-la.
    • Falta de Santidade: Vivem de maneira que não se distingue da sociedade secular, faltando um testemunho visível de santidade e obediência a Deus.
    • Obediência Seletiva: Escolhem quais mandamentos seguir, ignorando aqueles que consideram inconvenientes ou antiquados.
    • Foco Exclusivo na Intenção: Justificam suas ações alegando boas intenções, mas sem alinhar essas intenções com a obediência à Lei de Deus.
    • Relativismo Moral: Adotam uma visão relativista da moralidade, onde os valores e mandamentos bíblicos são interpretados de acordo com preferências pessoais e contextos culturais, em vez de serem vistos como absolutos e imutáveis.


    A Lei de Deus e o Crente: Entendimento Correto e Erros Liberais
    No Sermão do Monte, Jesus aborda a relação entre a Lei de Deus e seus seguidores de uma forma que corrige muitas concepções errôneas. Em Mateus 5:17, Ele declara: "Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir." Esta afirmação enfatiza que a Lei de Deus permanece relevante e integral à vida cristã.

    A Lei de Deus e a Graça
    A relação entre a Lei de Deus e a graça é frequentemente mal compreendida por alguns cristãos liberais. Eles podem elevar a graça a um ponto onde ela é vista como uma licença para pecar. Esta visão errônea ignora a essência do ensino de Jesus em Mateus 5:17-20, onde Ele reforça que a Lei não é abolida, mas cumprida nEle. A graça não anula a Lei; ao contrário, ela nos capacita a viver de acordo com a vontade de Deus.

    A Lei Cumprida em Cristo
    Jesus não veio para descartar a Lei, mas para cumpri-la. Isso significa que Ele viveu uma vida perfeita em obediência à Lei, algo que nenhum ser humano poderia fazer. Ao fazer isso, Ele nos mostrou o verdadeiro propósito da Lei: apontar para nossa necessidade de um Salvador e guiar nosso comportamento de acordo com a vontade de Deus. A graça de Deus, manifestada através de Cristo, nos oferece o perdão e a capacidade de viver em obediência à Lei, não como um meio de salvação, mas como uma resposta ao amor e à salvação já recebida.


    A Responsabilidade do Crente
    Os crentes são chamados a viver de acordo com a Lei de Deus, não para ganhar a salvação, mas como uma expressão de sua fé e gratidão pela graça recebida. A obediência à Lei de Deus demonstra nosso amor por Ele e nosso desejo de viver uma vida que honra e glorifica Seu nome. A verdadeira graça de Deus nos transforma e nos capacita a viver de maneira que reflete a santidade e a justiça de Deus.

    Conclusão
    Mateus 5:17 deixa claro que Jesus não veio abolir a Lei, mas cumpri-la. A graça de Deus, longe de ser uma licença para pecar, nos capacita a viver em obediência à Sua Lei. Cristãos liberais que elevam a graça a ponto de desconsiderar a importância da Lei estão errando. A verdadeira compreensão da relação entre a Lei e a graça nos leva a uma vida de obediência e santidade, refletindo a justiça do Reino de Deus.

    Oremos

    Ó Senhor, em Tuas palavras no Sermão do Monte, revelaste-nos a profundidade da ética e da moral do Teu Reino. Ensinaste-nos que as bem-aventuranças e nossa identidade como sal e luz são fundamentais para vivermos segundo Tua vontade.

    Reconhecemos, Senhor, que a Tua Lei, dada por Moisés e os Profetas, é uma expressão do Teu amor e da Tua justiça. Alertaste-nos severamente que qualquer um que desobedeça até ao menor mandamento e ensine outros a fazer o mesmo será considerado o menor no Reino dos Céus (Mateus 5:19). Reforçaste a importância não apenas da obediência pessoal, mas também da responsabilidade de ensinar a Tua Lei com precisão e fidelidade.

    No versículo 20, Senhor, ensinaste que nossa justiça deve superar a dos mestres da lei e dos fariseus para entrarmos no Teu Reino. Isso nos desafia a viver não apenas externamente, mas com um coração transformado pela Tua graça e pela obediência à Tua vontade.

    Perdoa-nos, Senhor, pelos desvios que alguns têm cometido. Muitos interpretam erroneamente a Tua graça como uma licença para pecar, ignorando a santidade que nos chamas a viver. Alguns descartam a Tua Lei como obsoleta, contrariando o Teu próprio ensino de que vieste não para abolir a Lei, mas para cumpri-la em perfeição.

    Ajuda-nos, Senhor, a viver de acordo com a Tua Lei não para ganhar a salvação, mas como uma expressão de nossa fé e gratidão pela graça que nos ofereces em Cristo. Capacita-nos a refletir a Tua santidade e justiça em tudo o que fazemos, para que o mundo veja a luz do Teu Reino brilhando através de nós.

    Em nome de Jesus, que cumpriu perfeitamente a Tua Lei e nos concedeu o caminho para a reconciliação contigo, oramos. Amém.







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