Do Culto na Terra ao Louvor Celestial: Apocalipse 4 e o Louvor pelo Justo Juízo de Deus
Enquanto João observa a adoração celestial, podemos perceber que Deus está sendo louvado não apenas por Sua criação e soberania, mas também por Seu futuro julgamento sobre a terra, que se desdobrará nos próximos capítulos de Apocalipse. Essa adoração nos dá uma perspectiva importante sobre o caráter divino: os seres celestiais compreendem a justiça perfeita de Deus e sabem que o Seu julgamento é parte integrante do Seu amor e da Sua santidade. Para eles, o julgamento de Deus não é algo sombrio ou amedrontador; é uma expressão legítima de Sua santidade que deve ser exaltada.
A Bíblia confirma esse aspecto do caráter divino em diversas passagens. Por exemplo, em Salmos 9:7-8, lemos: "Mas o Senhor está entronizado para sempre; o seu trono permanece firme para julgar. Ele mesmo julga o mundo com justiça; governa os povos com retidão." Aqui, o salmista destaca que o julgamento de Deus é justo e um reflexo de Seu governo perfeito.
Outro exemplo poderoso é Salmos 96:10-13, que declara: "Digam entre as nações: 'O Senhor reina!' Ele firmou o mundo, que jamais será abalado; e julgará os povos com justiça. Regozijem-se os céus e exulte a terra; ressoe o mar e tudo o que nele existe; alegrem-se os campos e tudo o que neles há; todas as árvores do bosque cantem de alegria diante do Senhor, porque ele vem, vem julgar a terra. Ele julgará o mundo com justiça e os povos com a sua verdade." Essa passagem enfatiza que o julgamento de Deus traz alegria aos céus e à terra, pois é realizado com justiça e verdade.
Além disso, Salmos 50:4-6 reforça o tema, dizendo: "Ele convoca os céus lá do alto e a terra, para o julgamento do seu povo: 'Ajuntem os que me são fiéis, que, mediante sacrifício, fizeram aliança comigo.' E os céus proclamam a sua justiça, pois o próprio Deus é o juiz." Esses versículos revelam que o julgamento de Deus é proclamado pelos céus como um ato de justiça.
A Dificuldade de Compreender o Juízo de Deus
No entanto, o conceito de julgamento é, muitas vezes, um ponto de resistência no pensamento cristão contemporâneo. Muitos se concentram na imagem de um Deus compassivo e relutam em aceitar que Ele também é um Juiz justo, que agirá de acordo com Sua natureza santa para corrigir e punir o pecado. A ideia de um Deus que julga pode parecer dura para nós, mas, do ponto de vista celestial, a justiça divina é motivo de louvor.
Esse contraste nos lembra que Deus é completo em Seus atributos – Ele é tanto amoroso quanto justo. O julgamento de Deus não contradiz Seu amor; pelo contrário, reflete a Sua natureza perfeita, que não pode permitir que o pecado permaneça impune. O cântico dos seres celestiais em Apocalipse 4 enfatiza isso, pois reconhecem que a santidade de Deus é inseparável de Seu julgamento.
Essa dificuldade de compreender o juízo divino muitas vezes reflete nossa perspectiva limitada e imperfeita como seres humanos. Temos dificuldade em conciliar justiça com amor porque nossa visão da justiça é frequentemente influenciada por emoções, falhas e experiências pessoais. Mas Deus, em Sua perfeição, é capaz de equilibrar perfeitamente esses atributos. Em Salmos 89:14, lemos: "A justiça e o direito são os alicerces do teu trono; o amor e a fidelidade vão à tua frente." Esse versículo demonstra como a justiça divina é inseparável de Seu amor.
Portanto, à medida que lemos sobre o julgamento de Deus em Apocalipse e nos Salmos, somos convidados a ajustar nossa compreensão. Não devemos temer ou rejeitar o julgamento divino, mas vê-lo como parte do plano redentor de Deus, onde Sua santidade é revelada e Seu amor é exaltado. É essa perspectiva celestial que nos ajuda a louvar a Deus por todos os Seus caminhos, incluindo Seu justo juízo.
Amém🙏🏼
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