O Leão e o Cordeiro: A Adoração Digna de Toda a Criação



No último artigo, vimos João profundamente angustiado, pois, em toda a extensão do universo, não havia quem pudesse abrir os selos do livro. Essa busca desesperada apontava para uma verdade essencial: somente um é digno de desatar os segredos do plano de Deus. Agora, em Apocalipse 5, somos transportados ao centro do céu, onde o clamor "Quem é digno?" ecoa como um desafio direto ao coração humano: reconhecemos verdadeiramente a supremacia e a dignidade de Cristo?

Este artigo nos confronta com os grandes temas dessa visão celestial: a vitória absoluta de Jesus, o Leão da tribo de Judá; a redenção conquistada pelo Cordeiro sacrificado; e o chamado irresistível a prostrar-se em adoração. Mais do que um relato celestial, este é um convite para que vivamos em resposta à majestade de Cristo, o único digno.

"Não Chore! O Leão Conquistou a Vitória" (v. 5)

A declaração do ancião para João é carregada de esperança. Jesus, o Leão da tribo de Judá, o herdeiro prometido do trono de Davi, venceu. Ele não é apenas digno porque é poderoso, mas porque conquistou a vitória através do sacrifício. A vitória de Cristo reflete Seu domínio sobre o pecado, a morte e Satanás, lembrando-nos de que o plano eterno de Deus é sempre perfeito.

O Cordeiro Sacrificado e Sua Dignidade (v. 6-7)

Não chore! Veja, o Leão da tribo de Judá, o herdeiro do trono de Davi, conquistou a vitória. Ele é digno de abrir o livro e os setes selos".
Então vi um Cordeiro que parecia ter sido sacrificado, mas que agora estava em pé entre o trono e os quatro seres vivos e no meio dos 24 anciãos. 

O contraste entre o Leão e o Cordeiro é impressionante. João espera ver um Leão, mas contempla um Cordeiro que parecia ter sido morto. Essa visão destaca o paradoxo do evangelho: a vitória de Jesus foi alcançada através do sofrimento e da morte na cruz.

O Cordeiro possui "sete chifres e sete olhos", símbolos de plenitude e perfeição em poder e sabedoria, representando os sete Espíritos de Deus enviados à terra. Ele se aproxima do trono e recebe o livro selado, um ato que revela Sua autoridade exclusiva para cumprir o plano de Deus.

A Adoração Celestial ao Cordeiro (v. 8-12)

Ao receber o livro, a adoração explode no céu. Os quatro seres vivos e os 24 anciãos se prostram diante do Cordeiro. Esse ato de reverência é acompanhado por música celestial e taças de ouro cheias de incenso, que simbolizam as orações dos santos.

A canção dos anciãos e seres vivos proclama a razão de Sua dignidade: "Foste sacrificado e com teu sangue compraste para Deus pessoas de toda tribo, língua, povo e nação" (v. 9). Essa verdade ressalta que a obra de Cristo é universal, alcançando pessoas de todas as partes do mundo.

Os milhões de anjos que cercam o trono se unem ao cântico, exaltando o Cordeiro como digno de receber "poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor" (v. 12). Esse hino declara que Jesus é suficiente para receber tudo o que existe de precioso.

O Desafio Final: Prostrar-se e Adorar (v. 13-14)

"Digno é o Cordeiro que foi sacrificado de receber poder e riqueza, sabedoria e força, honra, glória e louvor!".Depois, ouvi todas as criaturas no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, cantarem: "Louvor e honra, glória e poder pertencem àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro para todo o sempre!".

O clímax desta passagem é um chamado universal à adoração. Todas as criaturas – no céu, na terra, debaixo da terra e no mar – levantam suas vozes para glorificar o Cordeiro e Aquele que está sentado no trono. Essa cena futura não é apenas um vislumbre do que está por vir, mas também um desafio para os crentes de hoje.

Perguntas para reflexão:

  1. Se os anjos e toda a criação reconhecem a dignidade do Cordeiro, como podemos expressar nossa adoração diariamente?
  2. Estamos oferecendo nossas "taças de ouro" cheias de orações e louvores ao Cordeiro?
  3. Como a certeza da vitória de Cristo sobre todas as coisas influencia nossa confiança em Seu plano, mesmo em tempos difíceis?

Conclusão: O Chamado à Adoração Total

Esta passagem nos desafia a prostrar-nos e adorar ao Cordeiro com todo o nosso ser. Assim como os anciãos, devemos reconhecer Sua dignidade, proclamando que Ele é digno de tudo o que podemos oferecer.

Que possamos nos unir ao cântico do céu, declarando com todo o coração:
"Louvor e honra, glória e poder pertencem àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro para todo o sempre!"

Oremos

Ó Deus eterno,
Nosso coração se prostra diante de Ti,
porque és o Leão que venceu e o Cordeiro que foi sacrificado.
Tua vitória é perfeita, conquistada não com a força da espada,
mas pelo poder do Teu sangue.

Ó Cristo, Rei soberano e Salvador humilde,
Tu és digno de abrir o livro,
digno de receber poder, sabedoria e glória.
Tua obra na cruz resgatou-nos da morte eterna
e nos fez Teu povo, um reino de sacerdotes para Deus.

Nós nos unimos aos anjos,
aos anciãos e a toda criação
para cantar o cântico novo:
"Louvor e honra, glória e poder pertencem a Ti,
ó Cordeiro, por todo o sempre!"

Santifica-nos, Senhor,
para que nossas vidas sejam uma oferta viva de adoração.
Enche-nos do Teu Espírito,
para que, como as taças de ouro dos anciãos,
nossas orações subam a Ti como incenso agradável.

Que jamais nos esqueçamos
de que Tu és o centro de tudo.
Livra-nos de buscar nossa própria glória
e ensina-nos a glorificar somente a Ti.

Neste dia e em todos os dias,
concede-nos o privilégio de Te adorar,
não apenas com palavras, mas com nossas ações e corações.
Que toda honra, glória e poder
sejam sempre Teus, agora e para sempre.

Amém.

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