Imagine All the People Living Life in Peace (John Lennon)

Em nosso estudo de Apocalipse 17, somos apresentados à união religiosa e política global, um sistema sedutor que promete paz e prosperidade, mas que está destinado à ruína sob o julgamento de Deus. Essa visão é frequentemente romantizada em ideais humanos, como na famosa canção de John, "Imagine".

"Imagine all the people living life in peace..."

Imagine, de fato, um mundo onde todas as nações compartilhem uma única bandeira, simbolizando unidade e cooperação global. Fronteiras desaparecem, e a humanidade vive como uma só comunidade. Os recursos naturais são administrados por um governo central que garante distribuição equitativa para todos. Não há fome, pois tecnologias avançadas asseguram alimento e água potável em abundância.

As guerras se tornam ecos distantes, substituídas por acordos pacíficos mediados por líderes globais. Uma moeda universal elimina desigualdades financeiras, enquanto um sistema bancário digital unifica economias. A ciência e a tecnologia promovem saúde, educação e progresso global.

As religiões, por sua vez, são "harmonizadas" em uma crença universal que celebra o homem e sua capacidade de criar um paraíso na Terra. A paz parece finalmente reinar, e o ideal de Babel — uma só língua, um só propósito, um só povo — parece ter sido alcançado.

"E disseram: vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo toque os céus, e façamos para nós um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra" (Gênesis 11:4).

A Torre de Babel: A Origem da Rebelião Contra Deus

o nome Babilônia tem origem etimológica com Babel, e ambos os termos estão relacionados na Bíblia. A conexão entre os dois surge da língua hebraica. O nome Babel (Bāḇel em hebraico) aparece pela primeira vez em Gênesis 11, na narrativa da Torre de Babel, e é explicado como vindo do verbo hebraico balal (בלל), que significa "confundir" ou "misturar". Isso reflete o julgamento de Deus sobre os construtores da torre, que resultou na confusão das línguas e na dispersão dos povos.

Em Gênesis 11:1-9, lemos o relato da Torre de Babel:

"Ora, em toda a terra havia apenas uma linguagem e uma só maneira de falar. E aconteceu que, partindo eles do Oriente, acharam uma planície na terra de Sinar e habitaram ali. E disseram uns aos outros: Vinde, façamos tijolos e queimemo-los bem. E os tijolos lhes serviram de pedra, e o betume, de argamassa. E disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo chegue até aos céus, e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.”

A construção da torre foi mais do que um projeto arquitetônico; foi uma manifestação da rebelião humana contra Deus. Em vez de obedecer ao mandamento divino de espalhar-se pela terra (Gênesis 9:1), a humanidade buscava se unir em torno de uma torre que simbolizava sua glória, autossuficiência e independência de Deus.

Deus, então, interveio:

"O Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo o que intentam fazer. Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem do outro. Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra, e cessaram de edificar a cidade" (Gênesis 11:6-8).

A confusão das línguas foi um ato de julgamento e misericórdia. Deus sabia que a unidade rebelde levaria à destruição espiritual da humanidade.

Agora, permita-me "derrapar na maionese" por um momento e conjecturar sobre o que pode acontecer no futuro. Imagine um mundo após o arrebatamento da igreja. Como o sistema global tentará explicar o desaparecimento repentino de milhões de pessoas? Você já reparou na quantidade de notícias recentes sobre OVNIs ou a descoberta de uma possível dimensão paralela? 

Não seria surpreendente se o Anticristo, munido de toda a tecnologia disponível, usasse essas narrativas para convencer a humanidade de que o desaparecimento foi obra de extraterrestres ou que os cristãos, vistos como um obstáculo ao progresso, foram levados para uma "dimensão paralela"?

Embora isso seja apenas uma conjectura, faz sentido dentro do espírito deste sistema global descrito em Apocalipse 17. A antiga aspiração de unificar o mundo, que começou em Babel, reaparece na figura da "grande prostituta", Babilônia. Este símbolo representa não apenas uma falsa religião, mas também um sistema político e econômico que busca unir o mundo sob o domínio do Anticristo. Este sistema é visto montado no Anticristo, sendo, naquele momento, o carro-chefe de suas ideologias.

"E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra" (Apocalipse 17:18).

Um Alerta Solene

A história de Babel e a profecia de Apocalipse 17 revelam que toda tentativa de unidade à parte de Deus, desde o princípio, está destinada ao fracasso. O sistema global liderado pelo Anticristo, representado pela grande Babilônia, será destruído pelo próprio Deus.

A "grande prostituta" de Apocalipse simboliza um sistema enganoso que promete paz e prosperidade, mas conduz à destruição: "Cairá, cairá Babilônia, a grande" (Ap 14:8). A advertência é clara: todos os que confiam nesse sistema e rejeitam o Senhor enfrentarão julgamento.

Cristãos são chamados à vigilância e à fidelidade. A verdadeira paz e unidade só existem em Cristo, o único caminho, verdade e vida (Jo 14:6). Rejeitemos as ilusões terrenas e vivamos como cidadãos do Reino de Deus, aguardando novos céus e nova terra, "nos quais habita a justiça" (2 Pe 3:13).

Estejamos firmes e proclamemos a verdade enquanto há tempo.

Oremos

Ó Senhor Soberano, Criador do céu e da terra,
Nos aproximamos de Ti com corações humildes e reverentes, reconhecendo que em Tuas mãos está o controle de todas as coisas, e que nada ocorre fora de Teu perfeito plano. Tu és o Rei eterno, e diante de Ti, todas as tentativas humanas de autossuficiência e orgulho são como a poeira do caminho.

Pedimos, ó Deus, que nos concedas o discernimento necessário para entender os tempos em que vivemos, para que não sejamos seduzidos pelas falsas promessas de paz e prosperidade que o mundo oferece, mas que são, em verdade, um caminho de destruição. Senhor, abre os nossos olhos para que possamos ver além das aparências, reconhecendo os enganos do inimigo que busca, com sutileza, nos afastar de Ti e da Tua verdade.

Concede-nos, ó Senhor, sabedoria para discernir os ídolos deste mundo e rejeitar todas as ideologias que buscam substituir Teu reinado soberano. Fortalece-nos para que possamos viver com firmeza na Tua Palavra, mesmo quando a sociedade nos convida a aceitar a paz sem a justiça divina, a unidade sem o Teu temor.

Ajuda-nos a permanecer vigilantes, sabendo que o Teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, voltará para julgar as nações e estabelecer o Seu Reino eterno, onde a paz verdadeira reinará. Que, como Teus servos fiéis, possamos permanecer firmes em nossa fé, vivendo de maneira que Te honre, esperando com grande expectativa a vinda do nosso Salvador.

Ó Deus, protege-nos da ilusão da Babilônia moderna, da tentação de buscar segurança fora de Ti. Dá-nos coragem para sermos luz em um mundo em trevas, proclamando com ousadia o evangelho da salvação e apontando para o único caminho de verdadeira unidade: em Cristo Jesus.

Em nome de Cristo, nossa Rocha e Salvação, oramos. Amém.