O Glorioso Retorno de Jesus Cristo e a Justiça Final (Apoc 19)
Se você tem acompanhado nossos estudos, certamente percebeu a extraordinária explosão de "aleluias" descrita em Apocalipse 19:1-6. Este cântico celestial ecoa a glória e a justiça de Deus, enquanto tudo aquilo que temos contemplado ao longo de meses agora converge para um desfecho glorioso e inevitável. É o anúncio do clímax da história redentora de Deus.
O retorno de Jesus Cristo é, sem dúvida, um dos eventos mais profundos e transformadores das Escrituras. Ele marca a culminação do plano eterno de Deus, trazendo justiça final a um mundo dominado pelo pecado e pela rebelião. Esse evento, frequentemente referido como a Segunda Vinda, não é apenas uma promessa distante, mas uma certeza inabalável, vividamente retratada em várias passagens da Bíblia. Ele oferece esperança aos que creem e serve como um solene alerta àqueles que ainda permanecem em sua incredulidade.
A Certeza do Retorno de Cristo
A Bíblia enfatiza repetidamente que o retorno de Cristo é um evento garantido. Em Atos 1:11, enquanto Jesus ascendia ao céu, dois anjos declararam aos seus discípulos: “Homens da Galiléia, por que estão olhando para o céu? Esse Jesus, que foi levado de vocês para o céu, virá do mesmo modo como o viram subir.” Esta declaração assegura aos crentes que o retorno de Cristo será tão literal e visível quanto sua ascensão.
De forma semelhante, o próprio Jesus prometeu seu retorno em João 14:3: “E, quando eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver.” Esta promessa destaca não apenas a certeza de seu retorno, mas também seu propósito—trazer seus seguidores para uma comunhão eterna com Ele.
A Forma de Seu Retorno
O retorno de Cristo será marcado por glória e poder. Em Mateus 24:30, Jesus descreve este evento: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e grande glória.” Diferentemente de sua primeira vinda em humildade, sua segunda vinda será inconfundível, chamando a atenção de toda a humanidade.
Paulo ecoa isso em 2 Tessalonicenses 1:7-8, afirmando: “Quando o Senhor Jesus se revelar do céu com os seus poderosos anjos em chama de fogo, trazendo vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.” Esta passagem destaca os dois aspectos do retorno de Cristo: conforto para os crentes e julgamento para os que não se arrependem."
O Julgamento Final
Quando Cristo veio pela primeira vez, Ele afirmou em João 10:10: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância." Além disso, Jesus também declarou em João 12:47-48: "Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. Quem me rejeitar e não receber as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que proferi o julgará no último dia." Esta distinção é crucial. Em sua primeira vinda, Ele veio como Salvador, oferecendo vida e graça.
Contudo, Sua segunda vinda será caracterizada por julgamento e justiça. Em Apocalipse 19:15, lemos: "De sua boca sai uma espada afiada, com a qual ferirá as nações. Ele as governará com cetro de ferro e pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.” Aqui, não mais se trata de oferecer salvação, mas de executar o julgamento final e trazer retribuição justa àqueles que rejeitaram Sua palavra.
Este julgamento será severo e universal. Profecias do Antigo Testamento como as de Isaías 63:3-4 descrevem este momento: “Pisei as uvas sozinho; das nações, ninguém esteve comigo. Eu as esmaguei na minha ira e as pisei na minha indignação; o sangue delas respingou nas minhas roupas, e eu manchei toda a minha veste. Pois o dia da vingança estava no meu coração, e o ano da minha redenção havia chegado.” Esta imagem vívida destaca a extensão do julgamento de Cristo sobre os impenitentes.
Joel 3:12-14 ecoa este tema, retratando o "vale da decisão": “Despertem as nações! Subam ao vale de Josafá, pois ali me assentarei para julgar todas as nações ao redor. Lancem a foice, pois a colheita está madura. Venham, pisem as uvas, pois o lagar está cheio e os tonéis transbordam, tão grande é a maldade dessas nações! Multidões, multidões no vale da decisão! Pois o dia do Senhor está próximo, no vale da decisão.”
A quantidade de mortes será esmagadora, como descrito em Ezequiel 39:17-20, onde Deus convida as aves e os animais a se banquetear com os cadáveres dos inimigos caídos: “Reúna todos os pássaros e os animais selvagens e diga-lhes: Venham, reúnam-se de todos os lados para o sacrifício que vou fazer para vocês, um grande sacrifício nos montes de Israel. Ali comerão carne e beberão sangue em abundância.”
Apocalipse 19:17-21 também reforça essa realidade aterrorizante: “Então vi um anjo em pé no sol. Gritava para as aves que voavam no ponto mais alto do céu: 'Venham! Reúnam-se para o grande banquete que Deus preparou! Venham e comam a carne dos reis, dos generais e dos fortes guerreiros; dos cavalos e de seus cavaleiros; de toda a humanidade, escravos e livres, pequenos e grandes.' Depois vi a besta e os reis da terra e seus exércitos reunidos para lutarem contra aquele que montava no cavalo e contra seu exército. Mas a besta foi presa e, com ela, o falso profeta que fazia sinais em seu nome, sinais que enganaram todos que haviam recebido a marca da besta e adoravam sua estátua. Tanto a besta como seu falso profeta foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. Todo o seu exército foi morto com a espada afiada que saía da boca daquele que montava no cavalo branco. E todas as aves se fartaram com a carne dos cadáveres.”
Essa cena impressionante demonstra tanto a justiça de Cristo quanto a extensão do julgamento que Ele trará sobre os ímpios. Sua espada, que simboliza a Palavra de Deus, executará um julgamento devastador, revelando a totalidade de Sua autoridade e poder.
Esperança para os Crentes
Para aqueles que pertencem a Cristo, seu retorno é uma fonte de imensa esperança e alegria. 1 Tessalonicenses 4:16-17 nos assegura: “Pois o próprio Senhor descerá do céu com um brado de comando, com a voz do arcanjo e com o som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois, nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre.” Esta promessa de comunhão eterna com o Senhor proporciona conforto em meio às provações deste mundo.
Um Chamado à Vigilância
Dada a certeza e a importância do retorno de Cristo, os crentes são chamados a viver em vigilância. Jesus advertiu em Mateus 24:44: “Por isso, estejam também preparados, porque o Filho do Homem virá numa hora em que vocês menos esperam.” Esta preparação envolve fé firme, vida santa e serviço ativo no reino de Deus.
O apóstolo Pedro acrescenta em 2 Pedro 3:11-12: “Visto que tudo será assim destruído, que tipo de pessoas vocês devem ser? Vivam de maneira santa e piedosa, esperando e apressando a vinda do dia de Deus.” Aqui, Pedro lembra aos crentes que a expectativa pelo retorno de Cristo deve inspirar uma vida de pureza e devoção.
Conclusão
O glorioso retorno de Jesus Cristo e a justiça final que Ele trará são temas centrais da esperança cristã. Seu retorno será um momento de triunfo para aqueles que confiaram nele e uma realidade sóbria para os que não o fizeram. Enquanto aguardamos este evento prometido, vivamos com fidelidade, compartilhando as boas-novas da salvação e aguardando o dia em que veremos nosso Salvador face a face.
Oremos
Ó Deus Altíssimo e Santo,
Tua glória resplandece mais brilhante do que mil sois, e Tu te assentas em majestade imutável, governando os céus e a terra com sabedoria perfeita. Nós, criaturas finitas, viemos diante de Ti, cônscios de que somos como pó diante da tua grandeza e como erva que murcha diante do sopro do Teu justo julgamento.
Senhor, em Tua infinita misericórdia, Tu enviaste Teu Filho unigênito, Jesus Cristo, ao mundo para que os perdidos fossem salvos. Ele veio como Cordeiro, manso e humilde, para buscar e salvar o que estava perdido. Ele não julgou o mundo naquela hora, mas ofereceu graça abundante aos rebeldes. Contudo, quantos ignoraram Seu chamado e endureceram seus corações contra a verdade!
Ó Deus, agora trememos diante da promessa solene: Jesus voltará não mais como Cordeiro, mas como Leão, não mais para salvar, mas para julgar com retidão. A Tua palavra declara que “De sua boca sai uma espada afiada, com a qual ferirá as nações”, e que Ele pisa “o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso” (Apocalipse 19:15). Que visão terrível para os que te rejeitaram, Senhor! Que cena de pavor aguarda os rebeldes, que zombaram do Teu amor e desprezaram a Tua graça!
Pai Celestial, o Dia do Senhor será um dia de trevas para os impenitentes. As aves serão convocadas para se alimentarem dos corpos dos reis, dos generais e dos poderosos; a besta e o falso profeta serão lançados no lago de fogo, e a espada que sai da boca do Rei dos reis ceifará os exércitos de Satanás. Que estejamos cientes de que o julgamento será completo e inevitável para todos os que não se refugiarem em Cristo.
Ó Senhor, desperta nossos corações para a urgência do arrependimento! Que possamos tremer diante da Tua santidade e clamar por misericórdia enquanto há tempo. Tu não tens prazer na morte do ímpio, mas desejas que ele se volte e viva. Assim, clamamos por aqueles que ainda resistem a Ti: que o Teu Espírito quebre suas resistências e lhes conceda um coração de carne.
Deus de justiça e misericórdia, que esta advertência sirva para despertar os adormecidos e fortalecer os que creem. Que possamos viver em santidade e temor, esperando com corações vigilantes o glorioso retorno do nosso Salvador, que virá para reinar em glória e verdade eternamente.
Em nome de Jesus Cristo, o Justo Juiz, oramos.
Amém.
Amém🙏🏼
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