A Harmonia e Coerência das Escrituras
Quem nunca participou daquela atividade clássica em acampamentos? Um grupo de pessoas se posiciona em fila, todas de costas para a origem da mensagem. A primeira pessoa observa um objeto e o descreve para a seguinte, que, por sua vez, repassa a informação adiante. O que começa como uma simples descrição frequentemente se transforma em algo irreconhecível ao chegar ao último participante: palavras trocadas, sentidos alterados e uma verdadeira confusão!
Agora, pense nas Escrituras. Ao contrário desse jogo caótico, a Bíblia manteve sua mensagem intacta ao longo do tempo. Escrita durante um período de aproximadamente 1.500 anos, por mais de 40 autores de diferentes contextos e origens, sua coerência de princípio ao fim desafia qualquer explicação meramente humana. O motivo? Sua origem divina.
A Progressão Lógica da Redenção
A história da redenção é um dos principais fios condutores das Escrituras. Desde o início, Deus revela um plano progressivo que culmina na obra redentora de Cristo.
O Pecado Entrou no Mundo
Em Gênesis, o pecado entra na humanidade através da desobediência de Adão e Eva:
"Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu; e deu também a seu marido, e ele comeu. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus." (Gênesis 3:6-7)
Esse evento marca a separação entre Deus e o homem, tornando necessária a redenção.
A Lei Revela a Seriedade do Pecado
Com a Lei mosaica, Deus demonstra o peso do pecado e a necessidade de sacrifícios expiatórios:
"Porque a vida da carne está no sangue; eu vo-lo tenho dado sobre o altar para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida." (Levítico 17:11)
O sistema sacrificial ensina que a remissão dos pecados requer derramamento de sangue, preparando o caminho para o sacrifício definitivo.
Cristo: O Sacrifício Perfeito
No Novo Testamento, João Batista apresenta Jesus como aquele que cumpre esse propósito plenamente:
"Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" (João 1:29)
Em Cristo, o sacrifício não apenas cobre temporariamente o pecado, mas o remove completamente, garantindo a reconciliação eterna com Deus.
A Sombra do Sacrifício na História de Abraão
A progressão lógica da redenção também se manifesta na experiência de Abraão. Quando Deus ordena que ele sacrifique Isaque, intervém no momento crucial e provê um substituto:
"Erguendo Abraão os olhos, olhou, e viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou, pois, Abraão o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho." (Gênesis 22:13)
Esse evento simboliza o que ocorreria séculos depois: Cristo morrendo em nosso lugar para nos redimir do pecado.
A Consumacão na Cruz
O sacrifício de Cristo é definitivo, conforme ensina o autor de Hebreus:
"Nessa vontade é que temos sido santificados, pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre." (Hebreus 10:10)
A redenção é completa, e aqueles que creem têm plena certeza de salvação.
A Aliança de Deus com a Humanidade
No Antigo Testamento, Deus estabelece alianças progressivas:
Com Noé, prometendo nunca mais destruir a terra com um dilúvio (Gênesis 9:11).
Com Abraão, garantindo-lhe descendência numerosa e que sua linhagem abençoaria todas as nações (Gênesis 12:2-3).
Com Moisés, estabelecendo a Lei e um relacionamento especial com Israel (Êxodo 19:5-6).
Com Cristo, inaugurando a Nova Aliança, baseada na graça e na fé (Lucas 22:20; Hebreus 8:6-7).
A Nova Aliança não invalida as anteriores, mas as cumpre e amplia. Enquanto a Lei mosaica revelava a santidade de Deus e a incapacidade humana de alcançá-Lo por obras, Cristo veio como aquele que cumpre a Lei e oferece justificação pela fé (Mateus 5:17; Romanos 3:21-22).
A Inspiração Divina Testemunhada Pela Coerência
Considerando que a Bíblia foi escrita por diversos autores em diferentes épocas e contextos, sua unidade impressiona. Nenhum ser humano poderia, sozinho, arquitetar um plano tão coerente. Essa unidade aponta para sua origem divina, como declara a própria Escritura:
"Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça." (2 Timóteo 3:16)
Jesus também testifica dessa unidade ao ensinar que toda a Escritura aponta para Ele (Lucas 24:27). A Bíblia revela de maneira coerente e progressiva o plano de Deus para a humanidade.
Conclusão
A harmonia das Escrituras é um testemunho de sua origem divina. Desde Gênesis até Apocalipse, vemos um plano coeso de redenção, alianças progressivas e a expansão das bênçãos de Deus para toda a humanidade. Essa coerência só pode ser atribuída à inspiração divina, garantindo-nos confiança de que a Bíblia é, de fato, a Palavra imutável de Deus.
Amém🙏🏼
ReplyDeleteAmém
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