Os Livros Apócrifos: Por Que Não São Inspirados por Deus?
Ao Longo da história da formação do cânon bíblico, alguns livros foram considerados apócrifos, ou seja, não inspirados por Deus. Esses livros foram escritos entre o período do Antigo e do Novo Testamento, bem como nos primeiros séculos do cristianismo, mas não foram aceitos pelos judeus nem pelos cristãos reformados como parte das Escrituras. Neste artigo, abordaremos por que esses livros não são inspirados, quais erros eles contêm e sua utilidade histórica.
Os Erros e Aberrações dos Livros Apócrifos
Os livros apócrifos contêm diversos problemas teológicos, históricos e doutrinários que contradizem as Escrituras inspiradas. Alguns exemplos incluem:
O livro de Tobias - Encoraja práticas supersticiosas, como o uso de fígado de peixe para espantar demônios:
"Então o anjo lhe disse: 'Abre o peixe, tira-lhe o coração, o fígado e o fel e guarda-os contigo, pois são remédios úteis'." (Tobias 6:6)
"Então Tobias recordou as palavras do anjo e tirou de sua sacola o fígado e o coração do peixe, e os colocou sobre as brasas do incenso. O cheiro do peixe afastou o demônio, que fugiu para as regiões do alto Egito." (Tobias 8:2-3)
O livro de Sabedoria - Apresenta uma visão filosófica grega de Deus e do mundo, diferente da revelação bíblica:
"A sabedoria é um espírito que ama os homens, mas não deixará impune o blasfemo pelos seus lábios; porque Deus é testemunha de seus rins, e é observador do seu coração conforme a verdade, e ouvinte da sua língua." (Sabedoria 1:6)
O livro de Eclesiástico (Sirácides) - Contradiz a justificação pela fé ensinada na Escritura ao afirmar que a caridade expia o pecado:
"A água apaga o fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados." (Eclesiástico 3:30)
O livro de 2 Macabeus - Apresenta a oração pelos mortos, doutrina não encontrada nos livros inspirados:
"E, havendo feito uma coleta, enviou cerca de duas mil dracmas de prata a Jerusalém, para que fosse oferecido um sacrifício pelo pecado. Procedeu nisso muito bem e honradamente, tendo em vista a ressurreição." (2 Macabeus 12:43)
"Se ele não esperasse que os que haviam caído ressuscitassem, teria sido supérfluo e vão orar pelos mortos." (2 Macabeus 12:44)
"Mas considerava que uma bela recompensa está reservada àqueles que morrem piedosamente; e este era um pensamento santo e piedoso. Por isso, mandou fazer um sacrifício expiatório pelos mortos, para que fossem livres do pecado." (2 Macabeus 12:45)
O livro de Baruque - Contém erros históricos e geográficos que mostram que não foi escrito pelo verdadeiro Baruque, amigo de Jeremias:
"E eles choraram e jejuaram e oraram diante do Senhor. E recolheram dinheiro conforme cada qual podia dar, e enviaram a Jerusalém ao sacerdote Joaquim, filho de Helcias, filho de Salomão, e aos sacerdotes e ao povo que estava com ele em Jerusalém." (Baruque 1:5-7)
Esse texto indica que Baruque escreveu após a destruição de Jerusalém, mas os sacerdotes e o templo já não existiam, mostrando um erro histórico significativo.
Esses livros foram incluídos na Septuaginta, mas rejeitados pelo cânon judaico, o que mostra que não eram aceitos pelo povo de Deus.
Conclusão: Por Que Devemos Permanecer com os 66 Livros?
Os livros apócrifos possuem valor histórico, mas não foram inspirados por Deus. Eles contêm erros doutrinários, contradições teológicas e influências pagãs. O próprio Jesus e os apóstolos nunca os consideraram Escritura.
Devemos confiar apenas nos 66 livros da Bíblia porque:
Foram reconhecidos pelo povo de Deus desde o início.
São citados por Jesus e os apóstolos como Escritura.
Não contêm erros doutrinários ou históricos.
São a Palavra infalível e suficiente de Deus para nossa salvação e instrução.
Portanto, devemos nos apegar às Escrituras inspiradas, que são suficientes para nos guiar em toda boa obra:
"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra." (2 Timóteo 3:16-17).
Ó Deus eterno e santo,
Tu és a fonte de toda verdade e a lâmpada para os pés do Teu povo. Em um mundo de confusão e engano, nós Te louvamos por nos dares a Tua Palavra, pura, imutável e suficiente. Tu falaste pelos profetas, cumpriste as promessas em Teu Filho amado e preservaste as Escrituras para que nenhum dos Teus escolhidos andasse em trevas.
Senhor, guardai-nos contra todo ensino que não procede de Ti. Muitos se levantam com palavras que não foram sopradas pelo Teu Espírito; muitos escrevem e ensinam doutrinas que desviam os simples do caminho da vida. Mas Tu nos chamaste à fidelidade, e sabemos que cada palavra que sai da Tua boca é verdadeira.
Livra-nos, ó Deus, da influência de escritos que não foram selados por Teu Espírito. Afastai de nós os ensinos que promovem a superstição, a justiça própria e o erro. Dá-nos discernimento para rejeitar o que é falso e abraçar com temor e alegria a Tua revelação perfeita.
Senhor, ensina-nos a amar as Escrituras, pois nelas encontramos a Tua voz e nelas aprendemos o caminho da salvação. Que não busquemos fontes humanas para nos guiar, mas depositemos plena confiança nos 66 livros que ordenaste e preservaste para o Teu povo.
Fortalece-nos na verdade, para que, em dias de engano e confusão, possamos ser testemunhas fiéis da Tua Palavra. Que jamais nos desviemos para caminhos de tradição vazia ou doutrinas de homens, mas permaneçamos firmes, edificados sobre Cristo, a Rocha inabalável.
Em nome do Senhor Jesus, que é a Palavra viva e a revelação perfeita do Pai, oramos. Amém.
Amém
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