Orando As Escrituras

“Orai sem cessar.” — 1 Tessalonicenses 5:17  Você já foi a uma reunião de oração? Você já participou de uma daquelas reuniões de oração bem cedinho, antes do dia começar? Isso me faz lembrar da época em que fazíamos parte da liderança da igreja local, lá nos morros — literalmente! — de uma pequena cidade chamada Brisbane , perto de San Francisco. Talvez você não conheça, mas Brisbane é carinhosamente apelidada de “a cidade das estrelas” , porque na época do Natal seus moradores transformam o lugar num verdadeiro céu iluminado com luzes por todos os lados. Era simples, meio escondida entre os ventos da baía, mas cheia de charme — e fé. Pois bem, nosso querido pastor Billy Rios nos convidava, uma vez por semana, para uma reunião de oração de manhã bem cedo . A gente chegava meio sonolento, mas aos poucos o coração ia despertando, e logo estávamos unidos em clamor, antes mesmo do sol nascer. Eram momentos profundos, íntimos, e cheios da presença de Deus. Agora… imagine um grup...

Nos anos noventa, como todo bom imigrante que chega aos Estados Unidos cheio de sonhos e boletos, eu acordava no escuro — não era de madrugada, era antes dela! Com os olhos ainda colando de sono e o café nem tendo tempo de fazer efeito, lá estava eu, pulando da cama para começar o batente. E que batente! Meu ganha-pão na época era entregar jornais e revistas. Era quase um ministério de madrugada, com o carro cheio de papel e o volante na fé, desviando de sprinklers e gambás. Assim que entrava no meu carro — que mais parecia um escritório ambulante com cheiro de tinta fresca de jornal —, eu ligava o rádio. E quem estava lá me fazendo companhia todos os dias, sem faltar um sequer? Ele mesmo: J. Vernon McGee , com aquela voz inconfundível, grave e firme, com um sotaque sulista que parecia um abraço de vó e uma bronca de pai ao mesmo tempo. O programa dele, Thru the Bible , não era uma série curta, dessas que a gente maratona num fim de semana, não. Era um verdadeiro curso bíblico de cinc...

Nos primórdios do cristianismo, em meio a perseguições e heresias, um homem se levantou como defensor incansável da fé apostólica. Esse homem foi Irineu de Lyon, bispo, teólogo e um dos primeiros grandes pensadores da Igreja. Sua luta contra o gnosticismo não foi apenas uma defesa intelectual, mas um compromisso com a verdade que ecoa até os dias de hoje. Quem Foi Irineu de Lyon? Nascido por volta de 130 d.C. em Esmirna (atual Turquia), Irineu teve o privilégio de ser discípulo de Policarpo, que por sua vez havia sido instruído pelo apóstolo João. Essa conexão direta com a tradição apostólica moldou sua compreensão da fé cristã, fundamentando seus ensinamentos naquilo que foi transmitido pelos próprios discípulos de Cristo. Mais tarde, Irineu foi enviado para Lyon, na Gália (atual França), onde se tornou bispo e enfrentou um grande desafio: a crescente influência do gnosticismo dentro da igreja. Sua resposta foi a escrita de uma das mais importantes obras da Patrística:  "Adversus...

  Cresci em uma igreja histórica onde a fé se fundamentava no ensino sólido da Palavra de Deus. Sempre fui apaixonado por uma boa teologia, pois compreendo que é por meio dela que conhecemos melhor o nosso Criador. Afinal, a verdade importa, e sem uma base doutrinária firme, corremos o risco de construir sobre areia movediça. No entanto, aqui jaz um perigo sutil e real: o de tentarmos encaixotar Deus dentro de sistemas e definições, reduzindo-O ao que nossa mente limitada pode compreender. Buscamos exatidão teológica — e com razão — mas, muitas vezes, resistimos a um encontro vivo com Aquele sobre quem teologizamos. Deus, no entanto, não se curva a nossas estruturas mentais; Ele é infinito, insondável e pessoal. Por essa razão, sempre tive um pé atrás no que diz respeito à experiência. Temia que a ênfase na comunhão com Deus se tornasse um atalho para a negligência da verdade objetiva da Escritura. Eu queria um Cristianismo fundamentado na razão, não em sentimentos voláteis. ...