Mary Slessor: A Luz Corajosa da África Ocidental (A Mulher Branca dos Deuses)



"Se Deus é por nós, quem será contra nós?" Romanos 8:31

No final do século XIX, enquanto muitos viam a África Ocidental como uma terra selvagem e perigosa, uma jovem mulher ruiva, franzina e cheia de fé decidiu enxergá-la como um campo branco para a ceifa. Mary Slessor (1848–1915) não era nobre de nascimento, nem rica, nem considerada "adequada" para grandes feitos aos olhos do mundo. Mas ela carregava algo que o mundo não podia medir: uma fé inabalável em Cristo e um amor ardente pelas almas.

Criada na pobreza nas ruas de Dundee, Escócia, Mary conhecia o sofrimento desde cedo. Perdeu o pai alcoólatra e trabalhou longas horas em fábricas para ajudar a sustentar a família. Talvez, para muitos, esse fosse motivo para endurecer o coração. Mas para Mary, foi a escola da compaixão. Deus forjou nela uma coragem que não se intimida diante do perigo e uma ternura que não se cansa de amar.

Aos 28 anos, Mary Slessor partiu para Calabar, na atual Nigéria, um lugar temido não apenas pelas doenças tropicais, mas também por práticas tribais brutais, como o infanticídio de gêmeos e sacrifícios humanos. Ali, ela ficou conhecida como “a mulher branca dos deuses”, porque os nativos, maravilhados com sua bravura e bondade, viam nela uma espécie de ser celestial. Mary não apenas sobreviveu aos perigos da região, como também se entregou com coragem ao povo que tanto precisava de esperança.

Em sua missão, Mary encontrou uma prática especialmente dolorosa: gêmeos recém-nascidos eram rejeitados e abandonados em potes de barro no meio da floresta, por serem considerados obra de espíritos malignos.

Determinada a mudar essa realidade, ela começou a resgatar as crianças dos potes, acolhendo-as como filhos e ensinando às tribos que cada vida era preciosa diante de Deus. Seu amor transformou culturas, e seus braços, antes sozinhos, se multiplicaram em laços de uma nova família entre os povos que ela serviu. Mary Slessor salvava vidas, resgatava crianças abandonadas, mediava conflitos tribais e ensinava sobre o amor de Cristo. Sem medo, adentrava matas e aldeias onde nem mesmo os homens ousavam ir. Em vez de exigir respeito, ela conquistava corações com humildade e serviço.

Ela mesma dizia:
"Eu só tenho uma vida, e será dedicada a resgatar aqueles que ainda não conhecem o Salvador."

Quantas vezes Mary poderia ter desistido! A febre, a solidão, o choque cultural... mas ela se lembrava das palavras do Senhor:
"Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça."Isaías 41:10

Ao final de sua vida, não havia apenas algumas aldeias transformadas — havia uma região inteira impactada pela esperança. Mary Slessor plantou sementes que florescem até hoje em vidas salvas e comunidades renovadas.

Se há algo que podemos aprender com Mary é que não importa de onde viemos, mas para onde Deus quer nos levar. Mesmo que o mundo olhe e diga "impossível", Deus olha e diz: "Eu sou contigo".

Então, que o exemplo de Mary Slessor nos inspire a viver com coragem, fé e amor. E a lembrar: uma vida entregue nas mãos de Deus é uma vida que o mundo jamais poderá apagar.


Ó Eterno Altíssimo,
Fonte de toda coragem e consolo,

Em tua misericórdia infinita, tu usas vasos frágeis para carregar teu glorioso evangelho.
Não pelo vigor da carne, mas pela força do teu Espírito, tu fortaleces os pequenos para grandes obras.

Faz-me, Senhor, como Mary Slessor —
disposto a andar por terras desconhecidas, a amar os esquecidos, a servir sem buscar aplauso.

Quando o medo tentar me dominar, lembra-me de tua promessa:
"Não temas, pois Eu sou contigo."

Concede-me um coração inflamado por tua glória,
olhos que enxerguem além das trevas do presente,
e mãos dispostas a levantar o caído, mesmo que cansadas.

Se for para sofrer, que seja pelo teu nome;
se for para vencer, que seja pela tua graça.

Eis-me aqui, Senhor, envia-me.
Para tua honra, para tua alegria, para tua eterna glória.
Amém.

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