John Wesley – Coração Ardente, Vida Santa, Evangelho em Movimento
"Sede santos, porque eu sou santo."
— 1 Pedro 1:16
Há homens que Deus levanta em determinadas épocas da história como tochas em meio à escuridão — não para atrair glória para si, mas para reacender no povo o temor de Deus e a paixão pelo Evangelho. John Wesley foi um desses homens. Com um coração inflamado pelo amor de Cristo e uma mente disciplinada pela Palavra, ele viveu e pregou uma fé prática, santa e ativa. Seu legado ainda ecoa onde quer que vidas desejem ser transformadas pela graça.
Quem foi John Wesley?
Nascido em 1703, na Inglaterra, John Wesley foi o décimo quinto filho de Samuel e Susanna Wesley. Criado em um lar piedoso, aprendeu desde cedo a importância da oração, da disciplina e do estudo bíblico. Com seu irmão Charles, fundou o que mais tarde seria chamado de Movimento Metodista.
O nome “metodista” surgiu como zombaria à maneira organizada e disciplinada como viviam sua fé em Oxford — com jejum, oração, leitura da Bíblia e serviço aos pobres. Mas o método que seguiam nada mais era do que o caminho estreito do discipulado, conforme ensinado por Jesus (Lucas 9:23).
O dia em que seu coração ardeu
Apesar de toda sua formação teológica, Wesley ainda não conhecia a experiência pessoal de salvação. Isso mudou em 24 de maio de 1738, na capela da Rua Aldersgate, quando ouviu alguém lendo o prefácio de Lutero à Epístola aos Romanos. Ali, ele escreveu:
“Senti meu coração estranhamente aquecido. Senti que confiava em Cristo, somente em Cristo, para a salvação; e foi-me dada a certeza de que Ele havia tirado os meus pecados, os meus próprios pecados, e me salvado da lei do pecado e da morte.”
A partir desse momento, sua vida mudou completamente. Ele passou a pregar com poder, clareza e paixão. Ao invés de limitar-se aos púlpitos, saiu às praças, campos e minas para anunciar o Evangelho aos desprezados da sociedade. Como Paulo, ele disse: “Ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1 Coríntios 9:16).
Um chamado à santidade
O coração da pregação de Wesley era a santificação. Ele não pregava uma fé passiva, mas uma fé que se manifesta em amor a Deus e ao próximo. Ele ensinava que, pela graça, o cristão pode ser liberto não apenas da culpa do pecado, mas também do poder do pecado.
Como está escrito em 1 Tessalonicenses 4:3:
"Porque esta é a vontade de Deus: a vossa santificação."
Ele acreditava que o cristão deveria buscar, dia após dia, crescer em perfeição cristã — não no sentido de ausência de erro, mas no sentido de amor pleno e obediente a Deus.
Evangelho encarnado
Wesley fundou pequenas comunidades chamadas de “sociedades” e “bandas”, onde cristãos confessavam seus pecados uns aos outros, oravam juntos, estudavam a Palavra e se exortavam ao arrependimento e à prática da justiça. Ele não separava fé de ação: para ele, evangelho era transformação visível.
Seus diários relatam mais de 400 mil quilômetros percorridos a cavalo, milhares de sermões pregados e incontáveis vidas tocadas. Ele dizia:
“O mundo é minha paróquia.”
Ele morreu em 1791, com mais de 80 anos, deixando para trás um movimento vivo que alcançaria milhões no mundo todo.
Como podemos lembrar de John Wesley hoje?
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Vivendo uma fé disciplinada – Não há avivamento sem oração constante, leitura bíblica e vida de santidade.
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Pregando o evangelho aos pobres – Wesley foi às ruas, às aldeias, aos cativos. Também nós devemos sair das paredes da igreja e alcançar os perdidos.
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Cuidando do corpo e da alma – Ele criou clínicas, escolas, cooperativas; sabia que o evangelho toca todas as áreas da vida.
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Buscando santidade com seriedade – Crer em Cristo é apenas o início. Devemos nos render diariamente ao Espírito Santo para sermos conformados à imagem de Cristo (Romanos 8:29).
Conclusão
John Wesley foi um homem cuja vida proclamou: “Ama a Deus, ama o próximo, e não te contentes com menos do que tudo que Deus prometeu.” Ele ardeu de amor por Cristo, e por onde passou, acendeu outros corações.
Que sua vida nos inspire a viver o que Tiago 1:22 ensina:
"Sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos."
Em tempos de fé morna e religiosidade superficial, lembrar de Wesley é lembrar que Deus ainda deseja corações totalmente entregues. Corações aquecidos por Sua presença. Corações dispostos a transformar o mundo, um ato de amor de cada vez.
Ó Deus Altíssimo,
Tu que sondas os corações e não desprezas os contritos,
Inclina-Te a ouvir este clamor de um servo fraco, mas desejoso de Te agradar.
Faz-me semelhante aos Teus santos de outrora,
cujo zelo não era vaidade, mas chama acesa por Tua graça.
Como fizeste com Teu servo John Wesley,
acende também em mim um fogo que não se apaga,
um amor que não esfria,
uma fé que não se acomoda.
Livra-me da indiferença que esfria a alma e afasta do Teu fogo,
do formalismo que adormece,
da hipocrisia que finge piedade.
Dá-me um coração inflamado por Ti,
sedento por Tua Palavra,
quebrantado pelo pecado,
comprometido com a verdade,
e disposto ao sacrifício.
Senhor, que minha vida seja uma pregação viva,
meu andar, um testemunho santo,
meus lábios, instrumentos do Teu Evangelho,
meus dias, uma oferenda contínua em Teu altar.
Ensina-me a buscar santidade com zelo,
não para vanglória,
mas para que o Teu nome seja glorificado em mim.
Que a graça que me salvou me santifique,
me fortaleça e me conduza ao fim com perseverança.
Dá-me compaixão pelos perdidos,
coragem para falar de Cristo,
humildade para servir aos humildes,
e firmeza para andar no caminho estreito.
Senhor, não quero apenas conhecer doutrina —
quero viver a Tua verdade,
amar a Tua vontade,
e esperar Tua vinda com alegria.
Faz de mim um servo útil em Tuas mãos,
um ramo frutífero ligado à Videira,
um vaso purificado pela Tua Palavra,
e um peregrino que caminha rumo à eternidade com olhos fitos em Jesus.
Por Tua misericórdia,
e pelo nome do Teu Filho amado,
Amém.
Amém
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