Richard Wurmbrand – A luz que não se apaga no porão

 

Há homens que vivem de forma tão intensa o evangelho que suas cicatrizes contam histórias mais eloquentes que seus sermões. Richard Wurmbrand é um desses homens. Nascido em 1909, na Romênia, ele não apenas pregou Cristo — ele O encarnou, em um dos contextos mais sombrios do século XX: o comunismo totalitário do Leste Europeu.

Convertido do ateísmo, Wurmbrand tornou-se pastor luterano e, logo, um incômodo para o regime. Em 1945, enquanto outros líderes religiosos cediam à pressão comunista, ele ousou levantar-se em um congresso estatal e dizer que a Igreja devia fidelidade apenas a Cristo. Foi o suficiente para ser lançado nas prisões subterrâneas do governo.

Catorze anos de dor. Três deles em completa solitária, onde os guardas usavam máscaras de feltro para que ele nunca visse um rosto humano. Ele foi espancado, queimado, drogado. Tentaram apagar sua mente e calar sua alma. Mas, nas palavras dele mesmo: “Eles não podiam acorrentar minha alma.”

Wurmbrand orava, jejuava e até pregava... para os seus algozes. Ele não saiu daquele cárcere como um homem amargurado, mas como um servo quebrantado, ardente de amor por Jesus e pelos perdidos — inclusive seus perseguidores. Quando finalmente foi libertado, por meio de um resgate pago por cristãos do Ocidente, ele usou sua nova liberdade para tornar conhecidas as histórias daqueles que ficaram. Fundou a Voice of the Martyrs, e até o fim de sua vida, aos 91 anos, foi a voz dos que não podiam falar.

Richard Wurmbrand é uma lembrança viva de que o sofrimento por Cristo não é sinal de fracasso, mas de fidelidade. Seu corpo, torturado, mostrava os sinais da cruz. Sua vida, uma carta viva. E sua voz, mesmo depois de calada pela morte, ainda ecoa: “Jesus é suficiente.”

---

Senhor Jesus,
agradecemos por homens como Richard Wurmbrand, que não amaram suas vidas mais do que a Ti. Ensina-nos, ó Deus, a termos uma fé corajosa, capaz de cantar no escuro e de perdoar no meio da dor. Que, como ele, sejamos luz mesmo em porões frios, e que o Teu nome seja glorificado em nós — seja na liberdade, seja nas correntes. Sustenta-nos com a mesma graça que sustentou Teus servos fiéis.
Em Teu nome, oramos. Amém.