🐉 Matando o Dragão: A Guerra Contra o Pecado em Romanos 8

“Pois, se vocês viverem de acordo com a natureza humana, morrerão; mas, se, pelo Espírito, fizerem morrer as obras do corpo, viverão.”
— Romanos 8:13

Um campo de batalha invisível

Chegamos a Romanos 8 com feridas abertas. Romanos 6 nos ensinou que fomos crucificados com Cristo, e que agora caminhamos em novidade de vida. Romanos 7 revelou que a guerra ainda está em curso, e que dentro de nós existe um inimigo interno — o pecado remanescente, insistente, resistente.

Mas em Romanos 8, esse inimigo toma forma — como um dragão feroz que habita as cavernas do coração humano, cuspindo fogo de culpa, medo e desejo. Ele é antigo, astuto e sedutor. Paulo nos mostra que a única esperança de vitória contra essa criatura é o poder do Espírito Santo.

Mas a vitória não vem sem guerra. E aqui está o ponto que queremos grifar com força neste livro: ou estamos matando o dragão do pecado, ou estamos morrendo por ele. Não há meio-termo.

A vida no Espírito não é passiva — é guerra santa

Romanos 8 menciona o Espírito pelo menos 19 vezes. Isso não é à toa. Paulo está nos mostrando que a vida cristã não é vivida na força da carne, nem no mero esforço religioso, mas no poder do Espírito Santo. E esse Espírito nos foi dado, não apenas como um Consolador, mas como Capitão de guerra em nossa batalha contra o pecado.

"Se, pelo Espírito, fizerem morrer as obras do corpo..." (v.13)

A expressão “fizerem morrer” vem do verbo grego thanatoō, que literalmente significa executar, matar, destruir até o fim. O pecado não deve ser domado, negociado ou ignorado. Deve ser morto. E isso só é possível pelo Espírito.

Não matar é morrer

Paulo não nos dá uma terceira opção. Ele diz que viver segundo a carne é morrer. E não se trata de uma morte física apenas, mas da separação espiritual e moral que o pecado opera — a mesma morte que Adão experimentou no Éden, e que todos os que vivem segundo a carne repetem como filhos da desobediência.

Essa é a tensão essencial do nosso livro: ou o pecado está sendo mortificado, ou ele está mortificando você. Não há neutralidade.

O Espírito como o sopro da nova vida

Mas há esperança. Uma esperança gloriosa! Romanos 8 não é um capítulo de condenação, mas de libertação. Ele começa com “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (v.1) e culmina com “nada poderá nos separar do amor de Deus” (v.39).

E entre o começo e o fim desse monte Everest da graça, está o clímax da vida cristã: o Espírito que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vocês (v.11). Ele não apenas perdoa o pecado — Ele mata o pecado. Ele não apenas consola — Ele capacita. Ele não apenas nos leva ao céu — Ele nos sustenta no campo de batalha.

Uma convocação para a luta

Esta é a convocação de Romanos 8: não se trata apenas de viver, mas de lutar. E a luta não é opcional. Quem ama Cristo matará o pecado, porque o pecado matou o Cristo que amamos.

 Esteja matando o pecado, ou o pecado estará matando você. É isso que Romanos 8:13 nos ensina. É isso que este livro irá desenvolver. E é isso que cada cristão precisa entender com urgência: a vida no Espírito é vida de guerra — e vida de glória.

Ó Deus de Santidade e Poder,
Tu que és fogo consumidor e refúgio eterno,
não permitas que façamos aliança com aquilo que crucificou Teu Filho.

Ensina-nos, Senhor, que viver é guerra,
e que a paz que desejamos não virá senão pelo sangue do Cordeiro
e pela espada do Espírito.

Dá-nos, ó Espírito Santo, a força para matar o pecado,
antes que ele nos mate.
Não nos deixes adormecer sob o veneno doce da carne,
mas desperta-nos com o sopro da vida celestial.

Livra-nos de um cristianismo sem cruz,
de uma fé sem luta,
de uma piedade sem poder.

Faz-nos odiar o que outrora amamos,
e amar o que outrora ignoramos.
Crava em nosso peito a verdade de Romanos 8:13 —
que a vida só vem aos que matam, pelo Espírito, as obras do corpo.

Capacita-nos a viver não como escravos do velho homem,
mas como filhos adotados, guerreiros santificados, herdeiros da glória.
E quando a carne gritar, que o Espírito grite mais alto.

Ó Deus Triúno, sela esta oração com a vida do Teu povo,
para que Cristo seja glorificado em nós —
não apenas em palavras, mas em morte…
a morte do pecado,
que é a verdadeira vida.

Em nome de Jesus, o Senhor Vencedor,
amém.