Jesus é o Problema – Ele afirma “Eu sou a Vida”
🧭 Você já leu os dois primeiros artigos da nossa série “Jesus é o Problema”?
Se ainda não leu, recomendo que volte ao início. Mas se já leu, minha oração é que você esteja sendo confrontado — não apenas por ideias religiosas ou reflexões espirituais — mas por Ele. O caminho e a verdade.
Talvez você pense: “Mas eu já estou no caminho. Faço o que é certo, busco aplicar a verdade, trabalho duro, sustento minha família. Estou vivendo como posso.”
Deixe-me compartilhar algo do meu cotidiano. Eu trabalho instalando internet, TV e telefones em casas. Subo escadas e postes, lido com pessoas, ativo sinais invisíveis que conectam tudo ao nosso redor. Meu dia é cheio de movimento, ferramentas e resultados. Eu produzo. Eu construo. Eu entrego.
Mas então vem Jesus — sempre Ele — e diz:
“Sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma.” (João 15:5)
Como assim?
E tudo isso que faço?
E os frutos do meu esforço?
E toda essa tecnologia ao nosso redor — inteligência artificial, avanços na medicina, automação, conectividade global?
Boa parte das pessoas envolvidas nesses avanços nem crê em Deus. Muitos são ateus — e ainda assim produzem tanto.
E Ele afirma que sem Ele, nada podemos fazer?
Então o que Jesus está dizendo?
Talvez essa também seja sua dúvida. E é justamente por isso que estamos caminhando, passo a passo, por essas declarações tão perturbadoras de Jesus. Espero responder essa questão em um momento apropriado, pois cada afirmação de Jesus lança luz sobre questões que a vida grita.
Hoje, chegamos a mais uma afirmação ousada, desconcertante e crucial:
“Eu sou a vida.”
Ele não diz que tem vida para oferecer.
Não diz que pode dar uma nova vida.
Ele diz: “Eu sou a vida.”
Como alguém pode ser a vida?
O que isso muda no nosso trabalho, na rotina, nos objetivos?
O que isso diz sobre tudo o que estamos fazendo — e sendo?
Mas se isso for verdade…
Então temos um problemão.
Porque é possível fazer tudo isso sem estar em Cristo.
Construir grandes castelos. Acumular fortunas. Expandir impérios.
Explorar os confins da Terra — e os abismos do oceano.
Desenvolver tecnologias, decifrar o DNA, criar beleza, deixar legados...
E ainda assim, estar morto por dentro.
É possível viver uma vida inteira longe da única fonte de Vida.
É possível ter tudo — e não ter Ele.
E se Ele for a Vida... então, sem Ele, o que nos resta?
Deixa eu somar mais um pouco a esse questionamento:
O que significa dizer: “Eu sou a Vida”?
Jesus não está falando apenas de existência biológica. Ele não está se referindo à manutenção da vida terrena. Quando Ele diz ser a Vida, Ele está falando da vida eterna, sim, mas também da vida divina — a própria natureza de Deus fluindo, habitando e controlando o ser humano.
“E esta é a vida eterna: conhecer a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3)
Vida, portanto, não é um lugar.
Não é uma recompensa futura.
Vida é uma Pessoa.
E tudo fora dessa Pessoa é morte — mesmo que pareça cheio de cor, movimento e sucesso.
Como Ele pode ser a Vida e também dar vida?
Jesus não apenas é a Vida — Ele também dá vida:
“Eu vim para lhes dar vida, e vida em abundância.” (João 10:10)
Mas aqui está o mistério: Ele só pode dar vida porque Ele mesmo é essa vida.
E Ele não entrega isso como um presente separado de Si mesmo.
Ele dá-Se a Si mesmo.
Receber vida, portanto, é receber Cristo em nós.
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele. Pois eu vivo por causa do Pai que vive, da mesma forma, quem se alimenta de mim viverá por minha causa.” (João 6:56–57)
Estar Nele é viver
Jesus ilustra isso com simplicidade e poder em João 15:
“Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Pois assim como um ramo não pode produzir fruto se não estiver na videira, vocês também não podem produzir fruto a menos que permaneçam em mim.” (João 15:4)
A vida verdadeira não está em nós.
Ela flui para dentro de nós, à medida que permanecemos Nele.
Vida é comunhão. É dependência. É presença.
Mas o mundo nos diz o contrário.
Diz que a vida é nossa. Que podemos vivê-la do nosso jeito. Que temos o direito à felicidade.
Mas Jesus nos confronta com algo radical:
Fora Dele, não existe vida.
Isso fere o orgulho. Confronta o ego.
Mas também liberta.
“Eu sou a vida” é um convite... e um julgamento
Essa afirmação é ao mesmo tempo um chamado à vida — e uma sentença sobre a morte espiritual do homem.
Ele não diz:
“Sua carreira é a vida.”
“Seu prazer é a vida.”
“Seu romance é a vida.”
Nem mesmo: “Sua religião é a vida.”
Ele diz:
“Eu sou a vida.”
A única vida que Deus aceita
A vida que Jesus oferece não é uma versão melhorada da nossa vida natural.
É uma outra vida.
É a vida Dele.
Ele não veio reformar o velho homem, mas crucificá-lo — e então gerar algo totalmente novo.
“Eu morri com Cristo na cruz. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.” (Gálatas 2:20)
Essa é a essência da vida cristã:
Cristo vivendo em nós.
Não se trata apenas de imitá-Lo, mas de ser habitado por Ele, até que nossos pensamentos, reações e escolhas sejam expressões da Sua vida em nós.
Conclusão: Jesus é o Problema… e a Solução
Ele é o problema porque nos mostra que estamos mortos, mesmo quando achamos que estamos vivos.
Ele é o problema porque afirma que não existe vida fora Dele — nem mesmo na religião.
Ele é o problema porque nos obriga a fazer uma escolha:
Ou Ele é a vida…
Ou somos mortos-vivos.
Mas Ele também é a solução.
“Em Cristo estava a vida, e essa vida era a luz das pessoas.” (João 1:4)
Ele não veio melhorar nossa vida.
Ele veio ser a nossa vida.
E quando nos rendemos a essa verdade, a vida que brota é nova, abundante e eterna.
Ó Cristo,
Fonte eterna da vida verdadeira,
nós nos curvamos diante de Ti —
não como quem busca conselhos,
mas como quem implora por respiração.
Tu disseste: “Eu sou a vida.”
Não um acréscimo à existência,
mas o próprio pulsar que dá sentido a tudo.
Fora de Ti, Senhor,
nós apenas andamos em círculos,
produzimos sem propósito,
respiramos sem realmente viver.
Perdoa-nos, ó Deus,
por construirmos castelos de areia à beira da eternidade.
Por vivermos dias cheios de movimento,
mas vazios de Ti.
Por conhecermos os sistemas do mundo,
mas não os caminhos do Teu Espírito.
Por nos saciarmos com migalhas tecnológicas,
quando Tu nos ofereces o pão da vida.
Acende, Senhor, uma fagulha santa em nós.
Transforma nossa rotina em altar,
nossos afazeres em adoração,
nosso trabalho em testemunho.
Não queremos apenas fazer grandes coisas —
queremos estar em Ti.
Tu és o princípio, o meio e o fim.
O sentido da nossa respiração.
A razão do nosso levantar.
E o descanso final da nossa alma.
Sustenta-nos com o poder da Tua presença,
e concede-nos a graça de não apenas crer,
mas viver em Ti,
e por Ti,
e para Ti.
Em Teu santo nome oramos,
Amém.
Amém
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