O Milagre da Benignidade

 


📖 Antes, sede uns para com os outros benignos...”
Efésios 4:32a

A Reação Que Não Vem da Carne

Se existe algo que não nasce espontaneamente no coração humano caído, é a benignidade. Revidar com dureza, levantar muros, devolver na mesma moeda — isso, sim, brota fácil. Mas responder ao mal com bem, tratar com gentileza quem não merece, abrir espaço no coração para a ternura mesmo quando ferido? Isso é milagre. E um milagre que o Espírito Santo quer realizar em nós.

O que é benignidade?

Benignidade não é apenas ser “bonzinho”. A palavra vem do grego chrēstos, que carrega a ideia de ser agradável, útil, gentil, suave, disposto a fazer o bem de forma prática. Não é um sentimento passivo — é uma disposição ativa de fazer o bem ao outro, mesmo quando isso custa algo para nós.

É aquela atitude que diz:

“Você pode não merecer, mas eu vou te tratar com bondade porque é assim que Deus me tratou.”

A raiz do céu, o fruto na terra

A benignidade não brota do esforço humano, mas da nova natureza em Cristo. É um fruto do Espírito (Gálatas 5:22), o resultado de uma vida enraizada em Deus. Não dá para fabricar esse fruto com técnicas de comportamento; ele nasce de um coração que foi tocado pela graça.

Gente ferida fere.
Gente curada, cura.
Gente cheia do Espírito, derrama benignidade.

Benignidade é mais do que simpatia

Ela se manifesta:

  • Quando abrimos mão da última palavra para manter a paz;

  • Quando tratamos o outro com doçura, mesmo após palavras ásperas;

  • Quando escolhemos ver o outro com os olhos de Cristo, não com a lupa dos nossos ressentimentos;

  • Quando preferimos edificar em vez de expor;

  • Quando ajudamos alguém que jamais poderá nos retribuir.

A benignidade é amor com mãos e pés, graça com rosto humano, Cristo visível em nossos gestos cotidianos.

Benignos uns para com os outros

Paulo não diz: “Sejam benignos com os simpáticos” ou “com quem pensa como vocês”. Ele diz: uns para com os outros. Isto é, no Corpo de Cristo, somos chamados a viver uma cultura de gentileza mútua — mesmo com os difíceis, os diferentes, os que erram conosco.

Benignidade quebra o ciclo da vingança.
Ela constrói pontes onde só havia muros.
Ela é o perfume de Cristo espalhado no campo da convivência.

Conclusão: O que o mundo não tem — e precisa ver

Em dias de palavras afiadas e corações endurecidos, a benignidade é um ato de contracultura. Um testemunho vivo de que Cristo reina em nós. Não é apenas uma virtude moral, mas uma manifestação do evangelho. Deus foi benigno conosco. Ele não nos pagou segundo nossos pecados. Antes, nos tratou com amor imerecido. Como não oferecer o mesmo aos outros?




Senhor, arranca de nós a dureza que nos faz frios com os irmãos.
Coloca em nossos corações a Tua benignidade — aquela que não exige, não cobra, não mede retorno.
Ensina-nos a tratar uns aos outros com a mesma gentileza com que Tu nos trataste em Cristo.
Faz de nós um povo doce, mesmo em um mundo amargo.
E que a Tua graça brilhe através da nossa maneira de ser.

Amém.

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