Jesus é o Problema – Ele Disse: “Amai os Vossos Inimigos”

 

📖 “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo’ e ‘odeie o seu inimigo’. Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem. Assim, vocês agirão como verdadeiros filhos do Pai que está no céu.”
Mateus 5:43–45 (NVT)


Quem ensinou isso antes?

Jesus está citando um ditado popular da época. “Ame o seu próximo” está na Lei (Levítico 19:18), mas “odeie o seu inimigo” nunca esteve escrito em parte alguma da Escritura. Isso foi uma adição cultural — talvez por tradição, talvez por conveniência. Os judeus estavam acostumados a ver os inimigos como os romanos, os samaritanos, os gentios… e era fácil justificar o desprezo com base em política, religião ou raça.

O problema é que esse sentimento ainda vive em nós. Não precisamos de uma sinagoga nem de um rabino para ouvir essa velha voz:
"Você ama quem merece. Quem te persegue, cancela. Quem te feriu, esquece. Quem pensa diferente? Distância."

Vamos falar a verdade: isso nos agrada.

Falar de perdão é bonito no papel. Mas tente perdoar alguém que destruiu sua reputação. Tente orar por alguém que está arruinando sua família. A gente quer justiça — ou, sejamos mais honestos: a gente quer vingança travestida de justiça.

Jesus vem com esse mandamento incômodo, radical, quase ofensivo:

Ame quem te odeia. Abençoe quem te maldiz. Ore por quem te persegue.

É aí que descobrimos: Jesus é o problema.

Ele vai contra o nosso instinto de autoproteção. Ele não nos permite transformar mágoa em identidade. Ele não nos dá o direito de odiar, mesmo quando achamos que temos razão.


Amar assim é sinal de paternidade

Jesus diz: para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus”.
Ou seja, amar assim é prova de DNA celestial. Quando escolhemos o caminho do amor que perdoa, bendiz e ora, estamos mostrando de quem somos filhos.

Mas ele me feriu.”
Sim, mas o Pai também foi ferido por nós… e ainda assim nos amou.

“Mas ela mentiu sobre mim.”
Sim, mas nós também desprezamos a verdade… e Ele ainda nos chama de filhos.


Isso não é fraqueza. É fé.

Amar os inimigos não é se render à injustiça. É se render à justiça de Deus.
É abrir mão da arma do ressentimento para carregar a cruz da graça.

Amar quem nos persegue não é passividade. É coragem espiritual.
É provar que somos mais que vítimas — somos filhos.


E agora?

A pergunta não é se você tem inimigos. A pergunta é:
Como você trata os seus?

  • Você os ignora?

  • Os ironiza?

  • Os cancela?

  • Ou se lembra deles quando ora?


Conclusão

Se você chegou até aqui, talvez tenha um tempinho a mais — então deixa eu te contar: tive uma experiência muito marcante com esse texto, e escrevi sobre isso Em um artigo que compartilho com você com carinho 👉 publicado em 30/06/2024, NESTE BLOG "Bem-aventurados os Perseguidos".
Seria muito bom se você pudesse ler. 

Porque, no fim, a verdade é essa:
Jesus não é apenas difícil — Ele é impossível… sem o Espírito de Deus.

Mas foi justamente por isso que Ele disse o que disse:
Para quebrar o nosso ciclo humano de vingança e abrir espaço dentro de nós para o sobrenatural dEle.

Então, sim… Jesus é o problema.
Mas é também a única solução para o nosso coração.


Ó Deus Altíssimo,
Pai das misericórdias e fonte de toda compaixão,

Nós te bendizemos porque, sendo Teus inimigos,
fomos amados com amor eterno,
abraçados pela cruz de Cristo,
e transformados em filhos pela graça imerecida.

Mas, Senhor, ainda carregamos em nossos corações o veneno da vingança,
a lógica do mundo que diz: "ame apenas quem te ama",
e o orgulho que recusa o perdão.

Ensina-nos a amar como Teu Filho amou:
quando foi traído — permaneceu manso,
quando foi odiado — permaneceu firme,
quando foi crucificado — intercedeu por aqueles que o feriram.

Leva-nos ao Calvário sempre que formos tentados a odiar.
Mostra-nos o Cordeiro que emudeceu diante dos tosquiadores,
para que, ao contemplá-lo,
nossos lábios deixem de murmurar e passem a bendizer.

Que o Teu Espírito quebbre nosso instinto de justiça própria,
nos convença da nossa fraqueza,
e nos fortaleça para amar o que é impossível ao homem,
mas glorioso ao céu.

Queremos ser reconhecidos como filhos do Altíssimo,
não por palavras afiadas, mas por gestos redentores.
Não por justiça própria, mas por misericórdia ativa.

E quando formos perseguidos, insultados ou esquecidos,
dá-nos o privilégio de orar pelos que nos ferem,
como Teu Filho orou por nós.

Pois em Teu Reino, os fracos vencem, os mansos herdam,
e os que amam os inimigos brilham como filhos da luz.

Em nome de Jesus,
nosso exemplo, nosso Redentor, nosso Rei.
Amém.



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