Jesus é o Problema: Porque Ele Ensina o Amor-Próprio que Mata

 


Você que está lendo este artigo sabia da quantidade de afirmações de Jesus que parecem problemáticas? É por isso que temos chamado esta série de “Jesus é o Problema”. Ele não falava como os mestres da autoajuda, não vendia conselhos para melhorar sua autoestima, nem pregava fórmulas de sucesso. Suas palavras soam como pedras jogadas contra os vidros frágeis das nossas certezas modernas. Enquanto o mundo repete como um mantra: Ame-se, valorize-se, invista em si mesmo, Jesus vem e diz algo completamente oposto.

Eis uma de suas frases mais perturbadoras:

🔹 João 12:25
Quem ama a sua vida a perderá; mas quem odeia a sua vida neste mundo a conservará para a vida eterna.

🧨 Aqui está uma afirmação de desapego radical.
🌍 Mas o mundo responde: “Ame a sua vida, invista nela, viva o agora.”

Percebe a colisão?


O Problema do Amor-Próprio

Para nossa geração, o “amor-próprio” é quase uma religião. Ele é pregado em livros, músicas, palestras, redes sociais e até dentro de muitas igrejas. “Você merece ser feliz!”, dizem. “Ninguém vai te amar se você não se amar primeiro!”, reforçam. Parece inofensivo, mas por trás dessa lógica está a ideia de que a vida gira em torno de nós mesmos.

O problema é que Jesus nos chama para o oposto: perder a vida. E não se trata de perder em um sentido vago, mas de ceder o controle, reconhecer que não somos donos de nós mesmos e viver sob o senhorio dEle.


A Agonia de Entregar o Controle

Para nós, esse chamado soa como morte. Porque de fato é. É agoniante pensar em não ser o capitão do próprio barco, em não seguir nossos impulsos e desejos, em negar-se. O nosso “eu” grita por autonomia, mas Jesus responde com cruz.

Ele nos diz: Quem ama a sua vida a perderá. Aqui está o problema: para o mundo, amar-se é o caminho da vida; para Cristo, amar-se é o caminho da perdição.


O Paradoxo da Vida em Cristo

Jesus não nega que buscamos vida — Ele apenas mostra que só existe um jeito verdadeiro de encontrá-la: perdendo-a nEle. Isso significa morrer para si, abrir mão da autoexaltação, parar de viver como se o centro do universo fosse o nosso bem-estar.

E aqui está a beleza do paradoxo: quando deixamos de agarrar nossa vida com unhas e dentes, é aí que ela é conservada para a eternidade. O mundo oferece uma felicidade instantânea e descartável. Cristo oferece vida eterna, mas ao preço da rendição total.


Conclusão

Jesus é o problema porque Ele não reforça nossos sonhos de autopreservação. Ele destrói a ilusão do amor-próprio como solução e nos convida a algo infinitamente maior: viver para Ele, morrer para nós.

E como isso se traduz na prática? Somos chamados a investir em vidas: pregando, ensinando, discipulando, batizando e ensinando outros a guardarem os mandamentos de Jesus (parafraseando Mateus 28). Paulo também nos lembra a considerar o próximo superior a nós mesmos (Filipenses 2:3), e isso só é possível quando deixamos de viver centrados em nosso ego.

Quando vivemos para nós, a resposta para tudo isso é: não faço… não faço… não faço. E assim, passamos a viver como as pessoas mais infelizes e vazias, sem propósito, agarrados aos nossos próprios sonhos — ganhar dinheiro, conhecer lugares, comer comidas extravagantes, desfrutar dos prazeres desta vida — enquanto tentamos convencer a nós mesmos: está tudo bem.

Mas as palavras problemáticas de Jesus dizem que não está tudo bem. Ele nos mostra que agarrar-se à própria vida é o caminho da perdição, enquanto entregá-la a Ele é o único caminho da verdadeira vida.

A pergunta que fica é: você ainda está tentando salvar sua vida pelo caminho do amor-próprio, ou já entregou tudo a Cristo, mesmo que isso doa?


 Senhor da vida,

Nós confessamos que tantas vezes agarramos a nossa existência,
correndo atrás de sonhos frágeis, riquezas passageiras,
prazeres que nos deixam vazios.
Fingimos que está tudo bem,
mas em nosso íntimo sabemos que não está.

Perdoa-nos por buscarmos amar a nós mesmos
quando Tu nos chamaste a investir em vidas,
pregando, ensinando, discipulando,
batizando e guiando outros a guardarem os Teus mandamentos.

Arranca de nós o egoísmo que nos faz dizer: “não faço… não faço… não faço”.
Enche-nos com o Teu Espírito para que possamos considerar o próximo superior a nós,
vivendo não para o nosso prazer, mas para a Tua glória.

Que a cruz seja para nós mais doce do que qualquer banquete,
mais preciosa do que qualquer conquista,
e mais satisfatória do que qualquer sonho terreno.

Ensina-nos a perder a vida em Ti,
para então encontrarmos a verdadeira vida —
vida eterna, cheia de propósito, cheia de Cristo.

Em nome dAquele que nos chamou a morrer para viver,
Jesus Cristo, nosso Senhor.
Amém.

Comments

Post a Comment

Popular posts from this blog

A Falsa Paz do Cavaleiro Branco – Apocalipse 6:1-3

Uma Introdução ao Capítulo 8 de Romanos: A Liberdade em Cristo

A Queda do Homem: O Pecado de Adão e Sua Transmissão à Humanidade