Jesus é o Problema: Ele é o Leão e o Cordeiro
(Apocalipse 5:5–6)
📖 “Então um dos anciãos me disse: ‘Não chore mais! Pois o Leão da tribo de Judá, o herdeiro do trono de Davi, conquistou a vitória. Ele é digno de abrir o livro e romper seus sete selos’. Então vi um Cordeiro que parecia que havia sido sacrificado, mas que agora estava em pé entre o trono e os quatro seres vivos e no meio dos vinte e quatro anciãos. O Cordeiro tinha sete chifres e sete olhos, que representam os sete espíritos de Deus enviados a todas as partes da terra.” (Apocalipse 5:5–6, NVT)
A dificuldade do texto
Poucas passagens da Bíblia chocam tanto nossa mente como esta. João ouve que o Leão da tribo de Judá venceu — símbolo de majestade, poder e imposição. Mas, quando olha, ele não vê um leão: ele vê um Cordeiro que parecia morto, mas estava de pé.
O problema é justamente esse: nós esperamos força e encontramos fraqueza. Esperamos rugido, mas ouvimos silêncio de sangue derramado. Esperamos conquista militar, mas vemos um sacrifício. Essa tensão confunde, porque vai contra a lógica humana.
O mundo aceita facilmente o Leão:
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O líder forte, que impõe respeito.
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A vitória pela força e pela estratégia.
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O governante que subjuga inimigos.
Mas tropeça no Cordeiro:
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A humildade que parece fraqueza.
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A vitória pela morte, não pela espada.
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A glória revelada em cicatrizes.
A humanidade, em sua vaidade, sempre preferirá o “Deus-Leão” que impõe poder visível, mas rejeitará o “Deus-Cordeiro” que conquista pelo sangue derramado.
Por que isso é importante?
A mensagem de Apocalipse 5 é que Jesus não é apenas Leão nem apenas Cordeiro — Ele é os dois ao mesmo tempo. E sem essa união, não há Evangelho.
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Se fosse só Leão: Ele esmagaria todos os inimigos, mas nenhum pecador seria salvo, porque a justiça consumiria a todos.
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Se fosse só Cordeiro: Haveria compaixão e sacrifício, mas sem autoridade para trazer o Reino de Deus com vitória final.
No Cordeiro, temos o preço pago; no Leão, temos a vitória conquistada. No Cordeiro, vemos graça; no Leão, vemos juízo. No Cordeiro, Cristo atrai; no Leão, Cristo governa.
E esse é o “problema”: o mundo quer escolher um só. Uns querem apenas um “Cristo forte”, que derrube inimigos e imponha justiça terrena. Outros querem apenas um “Cristo frágil”, que compreenda tudo e nunca julgue ninguém. Mas Jesus se recusa a ser reduzido. Ele é simultaneamente sacrifício e soberano, ferido e vitorioso, cordeiro e leão.
O impacto para nós
Seguir a Cristo significa aceitar essa tensão:
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Ser cordeiro no mundo: andar em humildade, renunciar à vingança, estar disposto a sofrer por amor ao Evangelho.
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Ser leão na fé: não negociar a verdade, resistir ao pecado, viver com ousadia na missão de Deus.
O mundo vai chamar isso de contradição. Mas para nós é o segredo da vitória: a vida cristã é marcada por fraqueza aparente e força real.
Conclusão
Jesus é o problema porque Ele une o que não pode ser unido: vitória pela morte, glória pelas feridas, poder pela fraqueza. Quem quiser segui-Lo precisa aprender a viver nesse paradoxo.
O Leão venceu porque foi Cordeiro. E nós só venceremos com Ele se aceitarmos morrer com Ele para viver de verdade.
📌 Pergunta para você:
Você tem preferido um Cristo-Leão que apenas impõe força, ou um Cristo-Cordeiro que só consola? O verdadeiro Cristo é os dois — e só assim Ele é digno de abrir o livro e governar toda a história.
Ó Cristo, nosso Leão e nosso Cordeiro,
nós nos prostramos diante de Ti, maravilhados com o mistério do Teu ser.
És forte em poder e majestade, e ao mesmo tempo manso em humildade e entrega.
Tu ruges contra os inimigos da cruz, mas foste conduzido como cordeiro ao matadouro por nós.
Perdoa-nos quando preferimos a Tua força e rejeitamos a Tua fraqueza,
quando buscamos apenas o Teu trono e esquecemos o Teu altar.
Perdoa-nos quando queremos um Cristo que impõe, mas não um Cristo que se entrega.
Dá-nos corações que aceitem o escândalo da cruz,
que vejam vitória na morte, glória nas cicatrizes,
e que abracem a Tua estranha sabedoria.
Ensina-nos a viver como cordeiros diante dos homens,
sofrendo sem murmurar, amando sem revidar,
mas também como leões na fé, corajosos, firmes, inabaláveis diante do pecado.
Ó Senhor, sela em nós este paradoxo divino:
a vida que nasce da morte, a força que se aperfeiçoa na fraqueza,
a vitória que é conquistada pelo sangue do Cordeiro.
Assim, nós Te seguimos, Leão da tribo de Judá, Cordeiro que foi morto e reviveu,
até o dia em que todo olho verá, e toda língua confessará que só Tu és digno.
Amém.


Amém
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