Jesus é o Problema: porque ele disse; quem se divorciar de sua esposa e se casar com outra comete adultério

 


Eu lhes digo o seguinte: quem se divorciar de sua esposa e se casar com outra comete adultério, a não ser que ela tenha sido infiel.” (Mateus 19:9 – NVT)

Quando os fariseus vieram a Jesus em Mateus 19, a pergunta deles não era inocente: É certo um homem divorciar-se de sua esposa por qualquer motivo? (v.3). Eles queriam uma justificativa fácil para legitimar o divórcio, pois na época havia escolas rabínicas que aceitavam a separação até por motivos banais, como uma refeição mal feita.

Jesus respondeu apontando para o princípio da criação: No princípio da criação, ‘Deus os fez homem e mulher’... e os dois se tornam um só. Portanto, ninguém separe o que Deus uniu. (vv.4-6). Ele mostrou que o problema não era a lei, mas a dureza de coração. O divórcio havia sido tolerado por Moisés, não porque fosse a vontade de Deus, mas porque o coração humano é rebelde.

É aqui que o ensino de Cristo se torna escandaloso: Ele não aceita as desculpas. Não chama de “incompatibilidade de gênios” o que, no fundo, é orgulho disfarçado. Ele não abençoa a lógica de que “cada um deve buscar sua felicidade”. Ele declara: quem se divorcia e casa novamente comete adultério.


Orgulho disfarçado de incompatibilidade

Muitos casamentos não acabam por adultério ou violência, mas por orgulho. A desculpa é a famosa “incompatibilidade de gênios”. Mas o que isso significa, senão a recusa em ceder, em perdoar, em renunciar ao próprio ego? Chamamos de incompatibilidade o que é, na verdade, dureza de coração.

O casamento exige humildade, capacidade de ouvir, de perdoar e de amar apesar das falhas. Mas o orgulho não tolera frustração. Ele transforma diferenças em muros, e mágoas em armas. E quando o coração se endurece, a saída mais fácil parece ser a separação.

Jesus é o problema porque Ele não nos deixa viver essa mentira. Ele chama de adultério aquilo que nós tentamos encobrir com justificativas polidas. Ele revela que o verdadeiro inimigo do casamento não é a “diferença de gênios”, mas o pecado que habita em nós.


O escândalo da fidelidade

Cristo coloca o casamento como reflexo da fidelidade Dele mesmo com a Igreja. Se Cristo amou sua noiva até a morte, apesar de suas falhas, como podemos justificar o abandono por motivos banais? Quando tratamos o casamento como descartável, negamos o evangelho que proclamamos.

Por isso Jesus é o problema: Ele eleva o padrão e nos chama a viver uma fidelidade que só é possível pelo poder da graça.


Conclusão

Os fariseus buscavam brechas na lei; nós buscamos desculpas modernas. Mas Jesus não muda: Ele continua chamando de adultério o que o mundo chama de “novo começo”. Ele expõe nosso orgulho e nos chama ao arrependimento.
E é aqui que também está a esperança: o mesmo Cristo que denuncia o pecado é o que nos oferece graça para viver a fidelidade.


Senhor da aliança eterna,
nós nos aproximamos de Ti confessando nossa dureza de coração.
Quantas vezes chamamos de incompatibilidade o que é, na verdade, orgulho e egoísmo.
Quantas vezes buscamos nossa felicidade acima da obediência à tua Palavra.
Perdoa-nos, ó Deus, por tratarmos o casamento — que é reflexo da fidelidade de Cristo — como algo descartável.

Dá-nos corações quebrantados, prontos a perdoar como fomos perdoados,
prontos a servir como Cristo serviu,
prontos a amar mesmo quando é difícil.
Ensina-nos a renunciar ao nosso eu,
a suportar em amor,
a carregar a cruz também dentro de nossos lares.

Ó Senhor, guarda-nos de justificar o pecado com palavras bonitas.
Livra-nos da dureza que busca brechas,
e reveste-nos com a humildade que busca reconciliação.
Faz dos nossos casamentos um testemunho vivo do evangelho,
onde tua fidelidade se torna visível ao mundo.

Que em nossas casas brilhe a luz da tua graça,
que em nossos relacionamentos haja perdão abundante,
e que em nossa perseverança se manifeste a esperança da glória eterna.

Tudo isso pedimos em nome de Cristo,
nosso Esposo fiel,
que nunca nos abandona.
Amém.


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