🧨 Jesus é o Problema: Ele Exige Perfeição



📖 “Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai de vocês, que está no céu.
(Mateus 5:48, NVT)

🩸 A declaração impossível

Jesus não suaviza o padrão do Reino — Ele o eleva ao nível do Pai.
Ele diz a pecadores comuns: “
Sejam perfeitos”.

O contexto imediato é o amor aos inimigos (Mateus 5:44).
Jesus expõe que a verdadeira justiça não está em evitar o mal, mas em imitar o Pai, cuja bondade alcança até os ingratos e maus.
Ser perfeito, portanto, não é nunca falhar, mas refletir o caráter moral de Deus — especialmente em amor.

Mas quem consegue viver assim?
Ninguém. E é exatamente esse o ponto.
A Lei mostra o padrão divino, e o evangelho revela a provisão divina.

Jesus não está apenas ordenando o impossível; Ele está revelando a necessidade dEle mesmo.
A perfeição exigida pelo Pai é a perfeição oferecida pelo Filho.


⚔️ O choque com o mundo

O mundo diz:

“Ninguém é perfeito.”
“Eu amo quem me respeita.”
“Se não me faz bem, eu me afasto.”

Jesus diz:

Amem como o Pai ama.”

O mundo define perfeição como desempenho; Jesus define perfeição como semelhança com o Pai.
O mundo mede moralidade por comparação; Jesus mede pelo caráter de Deus.
Por isso, o cristão não vive tentando ser “melhor que os outros”, mas dependendo daquele que é perfeito em seu lugar.

O mundo cancela — o Reino perdoa.
O mundo ama os que amam
— o Reino ama os que traem.
O mundo busca justiça própria
— o Reino se rende à justiça de Cristo.

Por isso, Jesus é o problema: Ele não aceita o amor seletivo e condicional que o mundo chama de “saudável”.
Ele exige o amor santo que vem de um coração regenerado.


💎 A perfeição que já possuímos

A Bíblia fala de dois tipos de perfeição na vida cristã: posicional e progressiva.

1. Perfeição Posicional

Deus fez daquele que nunca pecou a oferta por nosso pecado, para que, por meio dele, fôssemos declarados justos diante de Deus.”
(2 Coríntios 5:21, NVT)

Em Cristo, o crente é declarado justo.
A perfeição de Jesus é creditada à nossa conta — esse é o coração da doutrina da justificação.
Aos olhos do Pai, o Filho nos cobre com Sua justiça, e por isso somos chamados “santos” mesmo enquanto ainda lutamos contra o pecado.

Essa é a perfeição posicional: diante do trono, somos vistos como completos, aceitos e irrepreensíveis — não por causa do nosso desempenho, mas por causa da obediência perfeita de Cristo imputada a nós.

2. Perfeição Progressiva
Mas a graça que justifica também santifica.
O Espírito que nos declara perfeitos começa a nos tornar parecidos com o que já somos em posição.

E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, somos transformados à sua semelhança com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito.
(2 Coríntios 3:18, NVT)

Essa é a perfeição prática — o processo diário de sermos moldados ao caráter de Cristo.
Não é perfeição sem falha, mas fidelidade crescente.

Deus não busca perfeccionistas — Ele forma santos.
Ele não exige performance — Ele produz fruto.


💬 Em palavras simples

Ser perfeito como o Pai é amar sem filtro.
É deixar o Espírito nos ensinar a reagir como Deus reage: com misericórdia, paciência e graça.

Cada perdão oferecido, cada ato de bondade, é o reflexo da justiça de Cristo em nós.
Não buscamos ser perfeitos para sermos aceitos — somos aceitos para ser aperfeiçoados.

Somos chamados a viver o que já somos: filhos perfeitos em posição, sendo aperfeiçoados em prática.


🧎

Senhor, Tu és perfeito em amor e puro em todos os Teus caminhos.
Em Cristo, já fomos declarados justos e completos.
Mas confessamos que ainda tropeçamos em nosso amor imperfeito.

Aperfeiçoa em nós o que começaste.
Ensina-nos a amar os inimigos, a perdoar os que ferem, a refletir Teu caráter entre os homens.
Livra-nos da justiça própria e reveste-nos da justiça de Cristo.
Faz-nos filhos maduros, parecidos com o Teu Filho perfeito.
Amém.


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