O Quinto Dia: A Sinfonia das Águas e dos Céus
Gênesis 1:20–23 (NVT)
“Então Deus disse: ‘Que as águas fiquem cheias de seres vivos, e que voem aves sobre a terra e o céu aberto!’ Assim Deus criou os grandes animais marinhos e todos os seres vivos que se movem em grande número nas águas, cada um conforme sua espécie, e cada ave conforme sua espécie. E Deus viu que isso era bom. Então Deus os abençoou, dizendo: ‘Sejam férteis e multipliquem-se! Que encham as águas dos mares, e que as aves se multipliquem na terra.’ A noite passou e veio a manhã, encerrando o quinto dia.”
O quinto dia da criação é um cântico de movimento e som. Até aqui, a Terra já tinha forma, cores e luz — mas ainda faltava o ritmo da vida. E é exatamente isso que Deus introduz: movimento nas águas e no ar, o pulsar das criaturas, o bater de asas, o nado das baleias. A cena é poética: o silêncio do firmamento é quebrado pelo primeiro cântico da criação — o som das ondas, o canto das aves, o eco da vida nascida da palavra divina.
A Vida que Brota do Invisível
“Produzam as águas...” — a ordem parte de Deus, mas é executada pela própria criação. Ele confere à matéria uma força de multiplicação, uma semente de continuidade. Isso mostra que a vida não é mero acaso químico, mas dom concedido. O Criador chama as águas, e elas respondem com abundância. A expressão “abundantemente” é intencional: a vida divina transborda. O mesmo Deus que cria, abençoa e sustenta continua fazendo as águas e os céus serem férteis até hoje.
As Grandes Baleias: Símbolo de Majestade e Mistério
Entre os primeiros seres criados, o texto destaca “as grandes baleias”. Elas simbolizam a magnitude da obra de Deus — criaturas que habitam as profundezas, gigantes silenciosos que nos lembram o mistério do Criador. Em tempos antigos, o mar era visto como o lugar do caos, mas aqui, sob a voz divina, o caos se torna lar de harmonia. As baleias, longe de representarem o medo, tornam-se testemunhas da bondade de Deus.
As Aves: Mensageiras Entre o Céu e a Terra
Depois das águas, o céu se enche de asas. As aves, leves e livres, são o elo entre o firmamento e o solo. Elas nos ensinam sobre liberdade e dependência — voam alto, mas sempre voltam à terra. O Criador as abençoa com a ordem de multiplicar-se, e com isso estabelece um princípio espiritual: a vida plena é uma vida que frutifica. Tudo o que recebe a bênção de Deus torna-se fértil.
A Primeira Bênção Direta
Antes deste ponto, Deus apenas cria e vê que é bom. Mas aqui Ele fala com as criaturas — “Frutificai e multiplicai-vos”. A primeira bênção da história é dirigida à vida. É como se o Criador dissesse: “Continuem o que comecei.” A bênção é mais do que um desejo; é a concessão de poder para cumprir um propósito. Desde o quinto dia, o som da multiplicação ecoa como resposta ao sopro divino.
O Dia que Celebra a Plenitude
Ao final, “foi a tarde e a manhã, o quinto dia”. A criação agora respira. A terra e o céu estão povoados. O mar canta, o vento carrega o som das asas, e a harmonia da natureza testemunha a sabedoria de Deus. Tudo segue “conforme a sua espécie” — uma frase que confronta a ideia moderna de que a vida evolui por acaso. A ordem é clara: cada criatura traz a marca do Criador e o limite da sua espécie. Há um designio, não desordem; há propósito, não aleatoriedade.
Consideremos
Quando Deus cria a vida, Ele cria abundância, beleza e propósito. A ordem de multiplicar-se ainda é um chamado espiritual: sejamos também nós frutíferos, multiplicando a graça e o amor de Deus no mundo. O mesmo Senhor que encheu o mar de vida pode encher o coração humano de esperança. Pois “somos criação de Deus, realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas” (Efésios 2:10).
E como disse o Senhor Jesus: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem o Pai de vocês que está nos céus” (Mateus 5:16).
A criação do quinto dia nos lembra que fomos formados para refletir a glória de Deus com nossas vidas. Fomos salvos para boas obras, redimidos para frutificar e chamados para iluminar. Que nossas ações revelem a beleza do Criador, como o voo das aves exibe o esplendor do céu.
Assim como o mar foi cheio de vida e o firmamento de canto, que também o coração dos redimidos se encha de obras que glorificam o Pai. Cada ato de bondade, cada gesto de amor e cada palavra de fé tornam-se uma continuação da bênção original: a vida que frutifica para a glória de Deus.
E quando o Criador olhar novamente para a Sua obra — desta vez, refletida em nós — que Ele possa dizer outra vez: “E viu Deus que era bom.”
Senhor Criador,
Tu que ordenaste às águas que produzissem vida, ordena também que nossas almas, muitas vezes secas, voltem a frutificar.
Enche-nos com Teu Espírito como encheste o mar de criaturas, e faze-nos voar em liberdade como as aves sob Teu céu.
Que sejamos instrumentos de Tua bênção, multiplicando a vida onde há morte, a fé onde há dúvida, a esperança onde há deserto.
A Ti, Senhor da criação e da redenção, seja a glória, no tempo e na eternidade.
Amém.


Amém
ReplyDeleteAmém🙏🏼
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