🌌 O Segredo do X-Salada bíblico: Dois Pães, Um Recheio Inesquecível

 

Bem, se você é um leitor assíduo deste cantinho, deve ter percebido que encerramos uma longa e inesquecível série. Foram meses mergulhando nas palavras radicais de Jesus, descobrindo — artigo após artigo — que Ele era o problema para um mundo que não quer se curvar diante da verdade. Mas hoje… começamos algo novo.

Pela manhã, acordei com uma ansiedade diferente. Não por causa de compromissos ou tarefas, mas porque a minha cachorrinha — fiel despertador de todos os dias — me chamou, como de costume, para levá-la lá fora para fazer xixi. Ainda sonolento, abri a porta e fui surpreendido.
O céu estava limpo, sem uma única nuvem, e diante de mim se estendia um manto estrelado, brilhante, sereno — uma pintura viva da glória de Deus.

Fiquei ali, parado, por alguns minutos. A respiração fria da manhã, o silêncio da rua e aquele firmamento que parecia sussurrar: Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento demonstra a habilidade das suas mãos (Salmos 19:1, NVT).

Senti algo dentro de mim se alinhar. Tudo o que eu vinha estudando, escrevendo e meditando convergiu para aquele instante simples — e sublime. O Deus que fez as estrelas é o mesmo que escreve histórias, inclusive a minha e a sua.

Confesso que há meses tenho orado pela possibilidade de começar uma nova série no livro de Gênesis. Meu coração arde por esse tema, mas também se enche de apreensão, porque sei que entraremos em territórios que não são do meu total domínio. Ainda assim, ao contemplar aquela pintura celestial, senti paz. O nosso Deus é um artista — e um artista perfeito. Cada estrela, cada traço no céu, é uma assinatura da Sua glória.

Enquanto observava o firmamento, tive a convicção de que o Senhor mesmo conduzirá essa série. Ele falará aos nossos corações, e assim como o céu reflete Sua majestade, creio que a Sua Palavra revelará a beleza do Seu propósito. Essa tem sido minha oração e meu consolo: que, ao contemplarmos a criação, contemplemos também o Criador — e reconheçamos quão magnífico é o Senhor, especialmente agora, na introdução desta nova jornada em Gênesis.

Foi ali que percebi: o que estamos prestes a estudar — o livro de Gênesis — não é apenas um relato antigo, é o alicerce da nossa fé. É o primeiro vislumbre da revelação divina.


🍔 O Segredo do Hambúrguer Bíblico

Permita-me usar uma imagem bem goiana: o “X-Salada bíblico”.
Ou, para quem é de Goiânia, pense naquele X-Tudo ou X-Salada dos pit dogs — generoso, completo e impossível de comer sem se sujar um pouco.

E, para quem não é de lá, vale explicar: o X-Salada goiano não é um simples sanduíche. Ele nasceu nos famosos pit dogs — pequenas lanchonetes de rua que se tornaram uma verdadeira tradição em Goiás.
O diferencial é que ali o hambúrguer é artesanal, preparado na chapa na hora e recheado até o limite: carne suculenta, queijo, presunto, ovo, bacon, milho, alface, tomate, batata palha e, claro, aquele molho especial que só os goianos sabem fazer.

O X-Salada foi praticamente inventado em Goiânia e se transformou em um símbolo da cidade — conhecido pelo sabor generoso e pela mistura harmoniosa de muitos ingredientes.

Pois bem, assim também é a Bíblia.
Sem Gênesis 1–2 e Apocalipse 21–22, perdemos o sentido de tudo o que está entre eles.
Lembre-se: estou usando a imagem do X-Salada, em que os pães sustentam toda aquela montanha de ingredientes.
Da mesma forma, esses quatro capítulos são como os dois pães que sustentam todo o “recheio” das Escrituras — a história da redenção, do pecado, da promessa e da glória.

Sem compreender o começo, confundimos o meio.
Sem crer no fim, perdemos a esperança.
Gênesis revela o propósito; Apocalipse, o destino.
E, assim como o X-Salada não se sustenta sem seus pães, também as maravilhas e revelações entre o início e o fim da Bíblia não permanecem firmes se não crermos nesses dois pilares da criação e da nova criação.


📖 Este Cantinho

Como você já sabe, este blog nasceu dos meus devocionais diários. Desde o início, senti que seria bíblico compartilhar o que Deus me ensina na intimidade da Palavra.
Estamos prestes a completar quase três anos dessa jornada — e isso me enche de gratidão.

Ao longo desse tempo, explorei temas diversos, sempre com o mesmo propósito: compreender mais profundamente as Escrituras. E ter você do outro lado, acompanhando, comentando e refletindo, tem sido um grande encorajamento.

Mas há um tema que sempre moveu meu coração: os primeiros onze capítulos de Gênesis.
Pretendo dedicar os próximos meses a estudá-los com cuidado, porque acredito que neles estão as verdades fundamentais que sustentam toda a fé cristã.

Confesso: no início da minha caminhada com Cristo, Gênesis era um livro difícil. Jesus e os Evangelhos me encantavam, mas a criação, o dilúvio, os gigantes — tudo isso me deixava cheio de perguntas.
Hoje, porém, vejo que sem entender o princípio, corremos o risco de distorcer tudo o que vem depois.


❓ Questões que nos Desafiarão

Ao longo desta nova série, enfrentaremos perguntas que ecoam há séculos:

  • Como e quando a terra foi criada?

  • Os “sete dias” são literais ou simbólicos?

  • O que significa o ser humano ser feito à imagem e semelhança de Deus?

  • O Éden foi um lugar real?

  • Se Deus sabia que Adão e Eva iriam pecar, por que os colocou ali?

  • O dilúvio foi universal?

  • Quem eram os “filhos de Deus” de Gênesis 6?

  • E os gigantes — mito ou história?

Essas questões não são curiosidades secundárias. São fundamentos que moldam a forma como enxergamos o mundo, a fé e a própria redenção.


🌍 Um Convite

Quero convidar você para mergulhar comigo neste estudo.
Leia, releia, anote, ore.
Minha proposta é que, até o próximo ano, tenhamos lido e meditado dezenas de vezes nos onze primeiros capítulos de Gênesis — e que o Espírito Santo nos conceda uma compreensão mais profunda e adoradora do Criador.

No princípio, Deus criou os céus e a terra.” (Gênesis 1:1, NVT)
Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, visíveis e invisíveis…” (Colossenses 1:16, NVT)
Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que aquilo que se vê não foi feito do que é visível.” (Hebreus 11:3, NVT)

Que esta nova série seja mais do que um estudo. Que seja um chamado à adoração.
Ao olharmos para o céu — seja em uma manhã estrelada, seja nas páginas da Bíblia — que o nosso coração se incline diante do Deus que criou tudo do nada e sustenta todas as coisas pela Sua palavra poderosa.

Ó Deus de toda a criação,
ao levantarmo-nos nesta manhã e olharmos para o firmamento,
ouvimos a voz silenciosa dos céus proclamando a Tua glória.
As estrelas cintilam como testemunhas do Teu poder eterno;
o sol se ergue obediente, cumprindo fielmente o curso que Tu lhe determinaste.
Nada escapa ao Teu olhar, e nada existe fora do Teu domínio.

Senhor, os céus declaram a Tua majestade,
mas a Tua Palavra revela o Teu coração.
A criação desperta admiração,
mas a Escritura desperta adoração.
Assim como o sol ilumina a terra,
a Tua lei perfeita ilumina nossa alma.

Renova em nós o assombro de quem contempla e o temor de quem crê.
Que não sejamos apenas observadores do Teu poder,
mas participantes da Tua vontade.
Que o mesmo Deus que estendeu os céus
estenda agora a Sua graça sobre nós,
para que possamos viver de modo digno
dessa grandeza que contemplamos nas estrelas.

Purifica-nos, ó Senhor, dos pecados ocultos,
livra-nos da arrogância e do engano,
e faze com que as palavras dos nossos lábios
e o meditar do nosso coração
sejam agradáveis diante de Ti,
Senhor, nossa Rocha e nosso Redentor.

Amém.


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