O Sexto Dia — O Clímax da Criação
Texto-base: Gênesis 1:24–31
“E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie: gado, répteis e feras da terra conforme a sua espécie. E assim foi. E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.”
Chegamos, enfim, ao dia da obra-prima da criação — o sexto dia, quando Deus cria o homem.
Nada neste ponto do relato é comum ou repetitivo; tudo aqui transborda solenidade, profundidade e glória.
Até aqui, cada dia trouxe uma nova dimensão da ordem criada — luz, firmamento, mares, vegetação, astros, aves e peixes. Mas agora o cenário muda.
O texto sagrado desacelera, o ritmo da narrativa se torna mais detalhado, como se o próprio Espírito nos dissesse: “Pare um pouco. Tire as sandálias. Você está diante de algo santo.”
Nos outros dias, o padrão é simples e direto: “E disse Deus… e assim foi… e viu Deus que era bom.”
Mas no sexto dia, há uma pausa entre duas obras. Primeiro, Deus ordena: “Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie.” Depois, Ele faz algo totalmente novo: “Façamos o homem à nossa imagem.”
Nenhum outro dia tem esse duplo movimento, essa transição do comum para o extraordinário.
Aqui vemos não apenas criação, mas propósito, relacionamento e vocação.
Por isso, vamos acampar por aqui por uma semana. Este é um terreno vasto, cheio de mistérios e verdades que moldam toda a teologia bíblica — desde Gênesis até Apocalipse.
O sexto dia é o ponto em que a terra e o céu se encontram, onde o pó recebe fôlego, onde o barro ganha semblante divino.
E há perguntas que precisamos encarar com reverência e curiosidade santa:
- Por que o sexto dia teve duas criações distintas?
- Se Deus criou o homem e os animais no mesmo dia, o que isso diz sobre as teorias que afirmam que os dinossauros viveram milhões de anos antes do homem?
- O que significa o plural de Deus ao dizer: “Façamos o homem”?
- O nome divino usado aqui é Elohim — plural em forma, mas singular em essência. O que isso revela sobre a Trindade desde o início da Escritura?
- O que significa ser criado à imagem e semelhança de Deus?
- Qual é o verdadeiro sentido do domínio concedido ao homem sobre a criação? É poder absoluto ou mordomia sagrada?
- E, finalmente, por que Deus, ao terminar o sexto dia, declarou algo inédito:
“E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom”? (Gênesis 1:31)
Essas serão nossas próximas fogueiras neste acampamento espiritual.
Aqui vamos nos deter, estudar, contemplar e adorar.
Pois compreender o sexto dia é compreender quem somos, para que fomos criados e por que o Criador, ao olhar para o homem, sorriu e disse: “É muito bom.”
Prepare o coração. Há um universo inteiro escondido nestes versículos.
E é para lá que vamos.
Ó Criador Eterno,
A Ti pertencem os céus, a terra e tudo o que neles há.
Tu falaste, e o mundo veio à existência;
Tu moldaste o homem com Tuas próprias mãos e nos deste Teu fôlego de vida.
Perdoa-nos por esquecermos que fomos feitos à Tua imagem.
Livra-nos da soberba que se rebela e da indiferença que ignora Teu propósito.
Ensina-nos a exercer domínio com humildade,
a refletir Tua glória com fidelidade,
e a servir à criação como mordomos do Teu reino.
Faze-nos lembrar, ó Senhor,
que não somos donos do que criaste,
mas filhos chamados a Te representar no mundo.
Seja o Teu nome exaltado em nós,
e que toda a criação veja em nossas vidas o reflexo do Teu rosto.
Amém.


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